29.11.06

Gaia - projeto de colonização

Argumento para curta de animação

Argumento original: Januário Leal e Lady Sepulcro

Texto: Lady Sepulcro

Em um lugar ainda desconhecido pelos homens, sobre o qual tem-se muito a aprender, figuram dois seres estranhos à raça humana. Todas as formas de vida do universo se originaram dali e pelas mãos dessas entidades extraterrestres. Mãos estas que, em um certo momento da história, lançaram um meteorito com aminoácidos essenciais à formação de toda a vida aqui existente, adaptadas ao caráter específico deste planeta. Este planeta, o terceiro a partir da Estrela Central; esta enorme bola recoberta de água, rochas e solo e circundada pelo ar, chamada de Terra por seus habitantes mais desenvolvidos e Gaia por seus estranhos guardiões.

Gaia também é um ser vivo, um organismo complexo que requer cuidados especiais, pois de seu bom funcionamento depende um número infinito de outras vidas.

Apesar da harmonia ter imperado nos primeiros 4,48 bilhões de anos de existência terrestre, nos últimos 25 mil anos esta harmonia vem sendo abalada. Além disso, a destruição tem se agravado tanto neste último século que os guardiões decidiram que é necessária outra intervenção, porém de caráter radical e odioso.

Novamente acontece o indesejado. Mais uma vez, a espécie favorita dos Criadores, a qual foi mais amada e assistida e que recebeu a dádiva máxima de todos os seres, a inteligência, falha. Durante inúmeras experiências, em inúmeros planetas, os Criadores tentaram a colonização através dessa espécie. Porém, apesar do aperfeiçoamento feito, experiência após experiência, esta forma de vida dita inteligente sempre acaba exterminando-se ao destruir completamente o ecossistema em que vive. Mais uma vez a decepção para os guardiões, que depositaram nesta derradeira experiência grandes esperanças de sucesso. Esperanças alimentadas por civilizações altamente harmônicas em relação ao seu meio, como as antigas tribos da América, os Maias, Incas, Astecas... Mas não foi possível estancar toda ganância inerente à espécie. Incrivelmente esta característica parece estar intrinsecamente ligada aos genes responsáveis pela inteligência.

Gaia está doente, ela foi infectada pela pior das pestes, a peste que tem como agente causador o Homo sapiens. O estado terminal de Gaia pede por ações imediatas, não há tempo para hesitações. Cada segundo em que a espécie humana permanece viva significa mais um passo dado em direção ao colapso do bioma. Os guardiões decidem finalmente exterminar a Homo sapiens. Essa espécie virulenta que não atingiu o seu objetivo: o de viver harmoniosamente sem abalar profundamente a homeostase do planeta.

O processo de extermíneo é inicializado. Após todos os procedimentos primários feitos, o único procedimento restante para exterminar definitivamente a humanidade é apertar um simples botão e então o processo de assepsia biológica será iniciado. Antes de apertar o indesejado botão, os Criadores sintonizam seus monitores em sua indefesa Gaia.

Encarando a tela, uma mistura de horror e culpa os invade. Sozinhos, os homens já haviam desencadeado um diferente processo de extermínio. A III Guerra Mundial chega, então, ao seu fim com milhares de explosões em forma de cogumelos, que cobrem a superfície da Terra com ondas de calor e provocam um espetáculo de proporções dantescas. Não há mais nada que se possa fazer. Nenhum ecossistema resta sobre aquela superfície agonizante, apenas vidas que não resistirão por muito tempo. Os Criadores, atônitos, fitam os monitores que tiveram o sinal interrompido. Naquela sala, permanecem apenas o criador, a lembrança de sua criatura e a eterna angústia da criação.

ouvi dizer que um post por dia traz audiência e alegria. vou me esforçar mais para isso.

25.11.06

Os perigos de se dormir fora de casa

quarta, depois da peça, fui para casa do xuxu dormir com ele. ele (ainda) mora na casa dos pais e, em seu quarto, há apenas uma cama de solteiro. como ali não nos cabe de uma forma confortável, costumo colocar um colchão ao lado de sua cama para, quando me enjoar de dormir abraçadinha, rolar para cima da caminha improvisada.
tenho notícias que o avô paterno de xuxu sofria de sonambulismo e, pelo que pude confirmar antes de ontem, o mal deve ser hereditário. estava dormindo na cama e o xuxu me abraçava por trás com as mãos enlaçando minha barriga. estava quase adormecendo e o menino, não sei porque cargas d’água, leva um sustão, dá um gemido, me aperta com força e eu solto um grito.
refeitos e recompostos, o xuxu volta a dormir na cama e eu me deito no chão, onde é mais seguro. imediatamente ele volta a roncar, enquanto eu fico me concentrando para relaxar e dormir. ainda estava em meu sono r.e.m. quando sinti uma dor no nariz. abri os olhos e, na penumbra, vi o xuxu sentado na cama com um pé em cima da minha cabeça. Naquela hora, eu dormia de boca aberta e, no susto, por mais absurdo que pareça, ao fechar a boca, dei uma lambida na planta do pé dele. o crápula ainda perguntou se eu estava bem e tentou me abraçar, mas a cara doía e eu não deixei que ele tocasse em mim.
mais uma vez, quase instantaneamente, xuxu voltou a dormir. no outro dia ainda teve a cara-de-pau de dizer que não se lembrava de nada.

moral da história: ao dormir fora de casa, use armadura e capacete para evitar hemorragias internas e traumatismos cranianos.

24.11.06

Murcho e Mulamba


ontem, fiz a segunda e última apresentação de fim de ano do núcleo de dança simone magalhães. é costume das academias de dança de goiânia fazerem pelo menos um espetáculo mostrando aos pais financiadores como seus pimpolhos estão se saindo na adorável arte da dança. para não deixar os mantenedores e convidados muito entediados e para dar um ar de unidade em toda apresentação, é comum se fazer uma micro peça teatral entre umas coreografias e outras.

neste ano, fiz minha décima primeira participação anual como atriz convidada da academia da simone. meu papel era o de mushu, o dragãozinho do desenho disneyano mulan. o figurino ficou divino. uma máscara enorme feita de isopor e tecido e um corpo de espuma revestido também por tecido. um inconveniente era o calor. a única entrada e saída de ar que existia na roupa do mushu era a gola. em cena, apenas mulan, que foi interpretado por uma garota adorável que faz artes cênicas na ufg, e o mushu.

na peça, haviam algumas cenas que eram feitas no camarote do teatro goiânia. umas duas coreografias antes da hora determinada, fui para o dito cujo. subi as escadas o mais rápido permitido pelo meu figurino, passando pela entrada da platéia superior e tentando não ser vista por ela.

no camarote, enquanto aguardava o momento combinado, decorava o texto que ainda não estava totalmente enterrado em minha cabeça de dragão preguiçoso. Como demorava um pouco, esqueci o texto e comecei a imaginar se, se eu desse um pum, o cheiro ficaria impregnado na roupa ou se sairia todo pela gola. estando sozinha, resolvi fazer a experiência. soltei um e não senti nada. alguns segundos mais tarde, toquei a corneta pela segunda vez e, para fazer o ar circular pela roupa, comecei a bater na bunda e a balançar a espuma.

por acaso, olhei para trás e dei de cara com um moleque olhando bem na minha cara. ai, que vergonha! o bichinho deve ter me visto subir a escada e me seguiu para ver o que eu faria. eu não sabia onde me enfiava. será que ele ouviu alguma coisa? pior: será que ele sentiu alguma coisa? eu não senti nada, mas o barulho que eu fiz foi bem grande.

sem mais opções, enfiei a máscara do mushu na cabeça e fiz minha cena. depois, ainda pedi para o pirralho pegar meu texto que estava no chão, pois me era impossível fazer qualquer coisa com uma luva enorme de espuma com apenas três dedos. fazer o quê? artista não pode ter vergonha, não, bem!

11.11.06

"uma prova de que o tempo não pára é que os pêlos pubianos continuam a crescer ainda que não prestemos atenção a eles."
Lady Sepulcro

9.11.06

X - Disgraça



minha facu fica longe de minha casa. não tão longe que não dê para ir de ônibus ou de carro. o problema é que ela fica longe em um lugar meio nem lá, nem cá. minha mãe noiou com isso e decidiu que eu deveria ir e voltar de van. então, de segunda a sexta, saio de casa às 6:30 da tarde, entro na van e só volto às 11:00 da noite, quando essa mesma van me deixa na porta de casa.

na van, eu não vou sozinha, como de carro, e nem vou com desconhecidos que, no ônibus, agradavelmente me ignoram e eu retribuo o favor os ignorando também. tenho colegas de van. colegas que gostam de se sociabilizar. como na maioria dos rendez-vous sociais, essa sociabilização envolve comida. já saímos para comer pizza e, ontem, paramos em um pit-dog para comer x-salada.

pedimos, comemos e eu fiz as contas e a coleta do dinheiro. gosto de fazer isso para, além de ter uma micro-sensação de controle, mostrar o quanto sou boa de matemática proto-financeira. pedimos a conta e eu fui pagar direto no caixa porque tínhamos pressa. com o dinheiro contado na mão, a moça do caixa me deu um número menor do que eu havia calculado. minha vaidade mental se sentiu ferida e eu quis provar que suas contas e não as minhas estavam erradas. logo, minhas colegas de van estavam ao meu lado tentando entender a confusão numérica e prontas para contribuir com informações que logo sanassem o problema.

problema que foi logo extinguido - na visão delas - tão logo souberam que eu queria pagar mais do que me era cobrado. “considere desconto!” viraram as costas e foram para a van. com um pouco de esforço, descobri que o garçom se esquecera de cobrar o refrigerante dois litros, paguei os três e oitenta que faltavam e tomei meu assento na van para voltar para casa.

me senti anormalmente surpresa com a solução simplista de minhas colegas: se a diferença é contra mim, brigue, se é a favor, sorria, diga muito obrigada e vá para casa com seu insignificante prêmio de malandro que passou a perna em otário .

no mesmo dia, mais cedo, na aula de filosofia, me queixei, em um debate, da nossa extrema falta de honestidade. sim, nossa: minha, sua e de todos que nasceram e foram criados aqui, no país do futuro. otário é quem não pega três e oitenta que a moça esqueceu de cobrar no pit-dog. idiota é quem não escorrega para a carteira um cheque de seiscentos reais em uma comissão de formatura. um completo mentecapto é aquele que não aceita calado mensalão e ainda perde mandato por não conseguir derrubar quem lhe ofereceu o dito-cujo.

rá-pá-puta-que-pariu!

vou me mudar para a finlândia e nunca mais baixo música na internet.


  • link tudo a ver
  • 31.10.06

    Lojas de roupas usadas invadem o Centro

    já saiu no jornalzinho da faculdade a materiazinha que eu escrevi. como meu texto é EXCELENTE, a matéria foi para a capa com uma foto na primeira página e outra no miolo. (a-ham)
    lê aí:

    Nestes últimos anos, o Centro de Goiânia tem presenciado um aumento considerável do número de lojas especializadas na compra e venda de roupas novas e usadas. Para se ter uma idéia, somente na quadra 109, localizada entre a Avenida Paranaíba e a rua 55, são quatro lojas sendo que a mais nova tem apenas quatro meses de existência.

    A empresária Laura Carolina se apaixonou por brechós há cinco anos, quando foi contratada para trabalhar em uma loja do Centro. Antes, ela nem sabia que existiam estabelecimentos que vendiam roupas usadas. Quando decidiu ter sua própria loja, a Fashion Gyn, Laura escolheu o setor Central porque a maioria dos clientes passa por ali.

    “Tem de tudo: mais simples, mais avantajados, de feirante a advogado e travesti. Quem mais compra é o povo simples que, às vezes, gosta de uma roupa que viu no shopping ou na revista, mas não tem condição de comprar, então compra no brechó porque é mais barato. Tem gente que vê a roupa na novela e vem direto para o brechó”, explica.

    Para evitar a compra de peças roubadas, as proprietárias se valem de alguns métodos. As roupas novas são, em geral, compradas diretamente da ponta de estoque outras lojas. Já para as roupas usadas, é comum nunca se comprar uma única peça. Alguns brechós compram apenas acima de seis peças, enquanto outros pagam pelo montante com mais de 20.

    Dona Ormezina, proprietária da Variedade Roupas, sempre pede a apresentação da identidade quando compra de fornecedores que não conhece. “As minhas fornecedoras são de longa data. A avó passa para a filha que passa para a neta o hábito de juntar as roupas em casa e depois me vender”. Um fato curioso é que a atividade dos brechós parece ser um negócio predominantemente feminino.

    O Bazar da Associação Ágape, localizado na rua 70, ajuda a financiar a creche da associação que se sustenta através de doações. A vendedora e voluntária Cejane Torres diz que as roupas são doadas por outros brechós, lojas e por pessoas que trazem pessoalmente ao Bazar, além das doações conseguidas pelos voluntários que pedem de porta em porta. O volume de vendas ainda é pouco devido ao preconceito. “Muitas vezes. O cliente gosta da roupa, mas não leva por ser uma roupa usada. Tem dia que tem que rezar bastante para vender e poder pagar o passe”, lamenta Cejane. A peça mais barata da loja – uma blusinha de bebê - custa 30 centavos enquanto que a mais cara – um vestido novo – não passa de 15 reais.

    Um padre e Vera Fisher

    Com mais de 22 anos de existência, a Pechincha Comércio de Roupas Usadas faz mais do que comprar e vender roupas – ela também as aluga. São oferecidas roupas cafonas, de época, fantasias e figurinos para teatro e para televisão. A festa junina é a festa tradicional que possui o maior acervo na loja. Em junho, a loja retira todas as roupas comuns da exposição e se equipa apenas com trajes típicos de quadrilha. “Se alguém precisar de 1.000 roupas, a loja tem”, diz Fátima Xavier de Oliveira, vendedora e irmã da proprietária. Todas as fantasias do acervo foram confeccionadas exclusivamente para o aluguel.

    Recentemente, a loja foi procurada por um padre e uma freira de uma igreja do Jardim Nova Mundo que procuravam roupas cafonas para um encontro de casais temático que seria realizado na paróquia do bairro. Entre os famosos que já passaram por ali, estão Glória Pires e seu marido, Orlando Morais, que estiveram pessoalmente na loja e alugaram roupas para eles e ainda levaram um vestido para Vera Fisher.

    p.s.: se quiser saber mais sobre mim e este assunto:

  • meu fotolog
  • 26.10.06

    Palhaçada, hein?!

    antes, quiseram proibir que se falasse da bebedeira do presidente expulsando jornalista* do país.
    agora, querem proibir este símbolo** de protesto contra o governo.
    e amanhã, será que irão proibir a publicação de fotos feias e caricaturas engraçadas do nosso adorável ditador?
    *http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6830645&postID=116188954958618116
    **http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT728395-1655,00.html

    18.10.06

    Clichê


    não vou à aula há uma semana. não tenho me sentindo disposta a fazer isso. de fato, não tenho me sentindo disposta a fazer nada. tenho algumas peças publicitárias para fazer, mas não me sinto apta a nada. prefiro ficar em casa esperando que o açúcar corroa meus dentes e o sono derreta meu cérebro.

    ano que vem, faço trinta anos e já me sinto com oitenta e três. meu pai morreu com sessenta e dois e dizem que morreu jovem. deixei de fazer algumas coisas com vinte anos e, agora, sinto como se não pudesse fazer mais nada quando chegar à casa dos trinta. maldito freud! ainda culpo minha mãe por não ter me incentivado a seguir a carreira de modelo fotográfico. simples transferência: a culpo para não ter que lidar com minha indolência em relação a tudo na vida.



    agora não sei... não consigo!


    por quanto tempo ainda conseguirei enganar mais alguém além de mim mesma? só gostaria de fazer mais sentido e sentir menos.

    11.10.06

    Valderrama


    "quando se pensa em cabelos esdrúxulos e futebol, ele é a soma perfeita ."
    francis
    "é igual ao uma secretária de futuro, porém com figurino, cabelo e maquiagem melhores."
    lady sepulcro

    2.10.06

    Dá licença?!

    em minha casa têm dois computadores. um é uma máquina de escrever com hard disk que fica no quarto da minha mãe e o outro fica no quartinho de empregada que foi transformado em escritório/guarda-tranqueria.

    sempre que vou fazer algum trabalho - seja de faculdade ou de publicidade, uso o do quartinho. apesar de ficar nos fundos do apartamento, basta que eu me sente lá para que alguém venha conversar comigo e me atrapalhar. sou educadinha. paro de escrever ou fazer o que estou fazendo no pc e olho diretamente nos olhos da pessoa que fala comigo. isso na primeira vez que sou interrompida. na segunda, continuo digitando ou fazendo o quer que eu esteja fazendo no pc, paro no meio da fala do outro e peço para repetir, pois não ouvi nada porque estava digitando ou fazendo uma coisa muito importante no pc. geralmente, as pessoas normais ouviriam o apito do próprio desconfiômetro tocar e me deixariam só. geralmente, as pessoas daqui de casa, repetem o que disseram e continuam ao meu lado conversando.

    hoje, não tive tanta paciência de esperar acabar o assunto e pedi que minha mãe e minha prima parassem do conversar comigo porque eu estava terminando de escrever uma frase. imediatamente elas concordaram e foram para a área de serviço que fica ao lado do quartinho e lá ficaram falando alto e fazendo "pssiu" para chamar minha atenção. não conseguindo terminar de escrever a frase, educadamente perdi a paciência e mandei as duas irem catar coquinho ou plantar batatas, o que melhor lhes parecesse. as duas se magoaram e foram para a cozinha que fica ao lado da área de serviço e lá ficaram comentando o quanto eu estava de mal-humor hoje.

    griladíssma, terminei minha frase e fiz um cartazinho que plastifiquei com papel-contact e coloquei em um preguinho que fica do lado de fora da porta do quartinho/escritório/guarda-tranqueria:
    se isso não ligar o desconfiômetro delas, terei que aprender a ser tão sutil quanto o bin laden.

    24.9.06

    Baba cósmica

    prima: está chuvendo? parece que pingou em mim...
    eu: foi deus que cuspiu em você.
    prima: o que eu fiz para merecer isso?
    eu: não é culpa sua. deus quando fala cospe mesmo.

    23.9.06


    um: cuidado com este cara porque ele é faixa preta!
    outro: ele que tem que ter cuidado comigo.
    um: por quê? você também luta karatê?
    outro: não, mas sou tarja preta.

    20.9.06

    Perco os dentes, mas não perco a piada.

    eu: somente eu e fulana estamos magras. vocês estão todas gordas.
    ela: não é verdade. eu ainda estou muito bem. ontem mesmo eu quase causei um acidente de carro.
    eu: por quê? bloqueou a visão de alguém?

    9.9.06

    Elegância vem de berço


    mesmo presa e bêbada, paris hilton foi um charme só ao descer do carro para entrar na delegacia onde seria acusada de dirigir embreagada.


    Profissão Repórter



    fiz minhas primeiras entrevistas para minha primeira matéria de jornal. se ficar bom , vai sair no jornalzinho da escola.

    6.9.06

    Se sentindo meio tristinho?


    ouça e se mate:

  • The Rohan Theatre Band
  • alternative / folk / gothic music

    No elevador



    uma: minha psicóloga me sugeriu que eu falasse com minha psiquiatra a respeito da minha falta de controle da raiva.
    outra: e o que você falou?
    uma: mandei ela ir se catar. de jeito nenhum vou tomar essa porra de remédio pra maluco.

    5.9.06


    voltei a ter 21 anos. nasci em 1985 e não em 1977. decidi isto após ouvir do juiz do concurso da elite modells que eu fotografo bem, desfilo bem, sou bonita, mas estou velha demais para ser modelo fashion.

    odeio estas pessoas que não nos julgam pela nossa aparência e sim pelo que a gente é.

    Das Modell - A Revanche

    eu: bom dia. estou ligando para remarcar a reunião, pois terça-feira a noite eu tenho aula e não poderei ir.

    ela: reunião?

    eu: é, reunião. vocês me ligaram ontem pela manhã e marcaram. tem como remarcar para algum dia de manhã ou à tarde?

    ela: você sabe quem aqui da agência te ligou?

    eu: ah... não me lembro. foi bem cedo e eu estava dormindo. acabei confirmando o horário porque me confundi. eu sempre sou assim logo que acordo – não me lembro de muita coisa.

    ela: era um homem ou uma mulher?

    eu: homem.

    (...)

    ele: alô?

    eu: estou ligando para remarcar a reunião.

    ele: reunião?! sobre o que é esta reunião?

    eu: eu não sei, vocês é que sabem. vocês me ligaram ontem e marcaram comigo na terça à noite.

    ele: mas você não se lembra sobre o que é?

    eu: olha: eu tinha acabado de acordar quando vocês me ligaram, então não me lembro bem o que foi falado no telefonema.vocês devem saber. eu participei do concurso da elite e...

    ele: elite? qual a sua altura?

    eu: 1,75 m.

    ele: você pode vir amanhã às 9:30 da manhã?

    eu: posso, sim.

    ele: sabe onde fica agência?

    eu: sei. fica perto da praça da nova suíça, não é?

    ele: não. fica perto do goiânia shopping.

    eu: goiânia shopping?! qual o nome da agência?

    ele: image models.

    eu: desculpe, foi engano.

    *click*

    3.9.06

    Regime Post Mortem

    por Lady Sepulcro

    Café da Manhã

    o 100 mL de leite desnatado + Cereal Matinal de fibra de trigo (All-Bran da Kellog’s ou Fiber Bran da Trio) com adocante

    o Café e Suco Diet à vontade


    Lanche da Manhã

    o Uma Maçã Red ou uma Pêra grande

    o Café e Suco Diet à vontade


    Almoço

    o 1 colher de Arroz

    o 1 colher de Feijão

    o Carne (não gordurosa) à vontade

    o Verduras, folhas e legumes (com ou sem azeite) à vontade

    o Café e Suco Diet à vontade


    Lanche da Tarde

    o Repita o café da manhã ou

    o 2/3 de um Pão francês com presunto e queijo

    o Café e Suco Diet à vontade


    Jantar

    o Uma Maçã Red ou uma Pêra grande

    o Suco Diet à vontade


    Lanche da noite

    o 1 Lámen não cremoso que leve 450 mL de água no preparo ou

    o Mingau de Aveia preparado com 100 mL de leite desnatado

    o Suco Diet à vontade


    Assalto Noturno à Geladeira

    o Uma Maçã Red ou uma Pêra grande ou

    o 1 Lámen não cremoso que leve 450 mL de água no preparo (só se tiver muita fome)

    o Suco Diet à vontade


    Dicas:

    o Pese, tire suas medidas e anote tudo antes de iniciar a dieta e volte a fazer isto somente uma semana depois para conferir os resultados. Lembre-se de se pesar na mesma balança.

    o Em hipótese alguma, coma doces.

    o Sempre leve com você uma fruta bem docinha para aquelas horas que tiver vontade de comer algo fora dos horários das refeições.

    o Em hipótese alguma, coma doces.

    o Se gostar de chiclete, masque um sem açúcar.

    o Prefira adoçante a açúcar

    o Beba muita água ou, se não gostar, beba suco diet.

    o Beba muito café com adoçante porque é gostoso.

    29.8.06

    Filosofia

    meu professor passou um trabalho na faculdade e eu achei o que eu fiz tão legal e inteligente que decidi colocar aqui para ser devidadamente elogiado.


    Faculdades AlFa

    Faculdade de Jornalismo

    Filosofia – Prof. Elias

    2º Período Noturno

    O ser humano só começou a refletir sobre o significado da vida quando, devido a sua inteligência, não precisou pensar o tempo todo em sua própria sobrevivência.

    No dia 16 de abril de 2004, escrevi em meu diário:

    “(...) Pior do que se sentir triste por algo é viver em um estado de constante tédio em relação à vida. Acordar, sentir vontade de ir ao banheiro, urinar; sentir fome, comer; sentir sede, beber; sentir vontade de ir ao banheiro, defecar; sentir fome, comer; sentir sede, beber; sentir sono e dormir. Viver é isto, nada mais. É deixar nos levar por nossos impulsos naturais de sobrevivência que nos obrigam a sempre inspirar logo após expirar. O que fazemos de diferente disso serve para mascarar o quanto a vida é enfadonha e repetitiva e, mesmo com estes subterfúgios – trabalho, lazer, família, amigos; a vida continua sendo massacrada pela rotina.”

    No filme “Mar Adentro” de Alejandro Amenábar, o personagem do ator Javier Bardem - Ramón Sampedro – vê sua vida reduzida a suas funções fosiológicas após sofrer um acidente que o prende a uma cama e o torna totalmente dependente de outras pessoas. Sua inteligência e sua experiência como um homem que conheceu diversas culturas ao redor do mundo permite-lhe apreciar coisas mais sofisticadas e que exigem um certo grau de erudição. Porém, o fato de o personagem não ser uma pessoa medíocre faz com que ele veja o quanto sua vida é inútil para si mesmo e um fardo para as pessoas que ama. Sua vida se resume a comer para depois ter fome, dormir para logo acordar e voltar a ter sono novamente, expirar para em seguida inspirar. Impossibilitado de resistir aos seus instintos de sobrevivência e aos cuidados de seus familiares, Rámon Sampero pede ao Estado recursos para que ele possa exercer o direito de decidir sobre a sua própria vida – ele quer uma eutanásia assistida, já que não consegue se matar sozinho.

    Em minha opinião, uma vida reduzida a suas funções fisiológicas não é humana. O gato doméstico tratado com fartura e a salvo de predadores não tem a capacidade de refletir e decidir se sua vida é proveitosa ou não. Sua existência se resume a se preocupar com a próxima refeição e se proteger de inimigos imaginários que o instinto incrustiu em sua pseudo-consciência. O ser humano, sim, tem esta capacidade de reflexão e, se alguém chegar à conclusão de que a vida não tem mais significado existencial, ela tem o direito de tirar a própria vida e, até mesmo, tirar a vida de quem não possui nenhuma consciência humana e é incapaz de decidir por si só.

    Music: Every day is exactly the same*

    Band: Nine Inch Nails

    “I believe I can see the future
    Cause I repeat the same routine
    I think I used to have a purpose
    But then again
    That might have been a dream”**

    * Música: Todos os dias são exatamente iguais

    Banda: Nine Inch Nails (pregos de nove polegadas usados para selar caixões antigos)

    ** “Eu acredito que posso prever o futuro

    Pois eu repito a mesma rotina

    Eu pensava ter um propósito

    Mas, então, novamente

    Deve ter sido apenas um sonho”

    29/08/2006

    27.8.06

    Das Modell - Episódio Final

    passei para a segunda fase, mas não consegui ficar entre os 60 finalistas e, muito menos, entre os cinco ganhadores da etapa regional que irão participar da nacional em são paulo.

    para meu fracasso, há duas hipóteses:

    A) sou muito feia para ser modelo
    B) sou muito velha para ser modelo

    prefiro acreditar que sou velha.

    p.s.: perdi 5 cm de quadril e 2 cm de cintura em um mês à toa.

    www.nanda.comicgenesis.com

    19.8.06

    Emagreça dormindo.

    você já deve ter ouvido falar por aqui que estou de dietinha. pois é verdade. pretendo chegar aos cinqüenta e cinco quilos até o dia 24 deste mês. se quiser saber a razão, dê uma olhada nas postagens de ontem.

    dieta é uma novela. sempre se começa na segunda-feira e se quebra no final de semana. apesar de muitos acharem que não, eu também sou humana e mulher e, se a exceção confirma a regra, eu não tenho nada a ver com isso.

    ontem foi sexta e eu acabei quebrando meu regime. sabe como é: sou novata na faculdade, meu pai morreu, meu namorado não me ligou à tarde – essas bobagens cotidianas que acabam nos estressando. chegue em casa às 10:45, morrendo de fome e, ao invés de comer 2/3 de pão francês com queijo, eu cometi a extravagância (preste bastante atenção) de comer um pão francês inteirinho recheado com duas fatias de queijo. e o pão ainda tinha gergelim!

    assim não dá. por causa disso terei que compensar no sábado: ou eu faço uns dez abdominais ou eu fico de jejum até a hora do almoço. acho que vou na segunda opção. abdominal não dá para fazer dormindo.

    17.8.06

    “metaleiro, quando engorda, tem que virar membro do motoclube.”

    dj leo santos

    No msn (editado)

    eu: sabia que estou participando daquele concurso de modelos da agência elite?

    ele: não! como funciona?

    eu: funciona assim: quem se acha bonito se inscreve e quem vence ganha um contrato com a agência. a agência é internacional - aquela da gisele bünchuehsdhjcjsdf e tudo mais

    ele: você acha que tem chance?

    eu: não sei se tenho chance, só sei que estou de regime porque as outras candidatas são todas magéééééééééerrimas.

    ele: você, de regime? vai malhar, sua preguiçosa!! agora, fazer regime? faz mal!!

    agride a saúde!!!

    eu: estou de regime porque sou preguiçosa mesmo!

    ele: você já deve ter aquele estomago lindo e maravilhoso: cheio de gastrite. igual ao meu. fica sem comer...

    eu: não, não é regime assim.só estou comendo porções menores, substituindo docinhos por frutas, não comendo besteiras.

    ele: ah tá!

    eu: mas, à noite, só como miojo e uma maçã. é a única coisa pouco calórica que eu sei cozinha.

    ele: à noite como miojo ou pizza,mas porque não tenho mais opção


    (...)

    ele: cara, eu fico muito revoltado da mulherada de hoje! vem de fabrica se nenhum valor agregado. “não sabe fazer uma comida?” eu pergunto pra minha candidata a esposa. então vai ter que ser muito boa de cama, viu??? mas nós também estamos aprendendo. tenho um monte de amigo que está cozinhando. Eu até quero fazer um curso.

    eu: é, a vida é assim: alguns são bons em fazer croquete, enquanto que outros são bons em pagar...

    ele: ...

    eu: croquete! pois é. quem não sabe compra pronto.

    ele: é, sim.

    16.8.06



    "sorria pela manhã e livre-se logo desta obrigação."
    esqueci o nome do autor

    10.8.06

    Santa Dica

    ontem, fiquei uma hora dentro de um ônibus que estava preso em um engarrafamento quilométrico. hoje, o eixão quebra justamente na hora do rush comigo dentro dele.
    acho que estes acontecimentos são mensagens divinas para que eu pare de andar de ônibus e vá de carro para faculdade. minha mãe discorda.

    9.8.06

    Estudante paga meia

    voltei a estudar. estou cursando o segundo período de jornalismo na faculdade alves faria. como todo estudante meio quebrado, vou de busu para a facu. segunda-feira, meu primeiro dia de aula, fui informada que a alfa disponibilizou gratuitamente, para os seus alunos, um ônibus que sai do terminal padre pelágio e pára na porta da faculdade. fiquei tão feliz com a idéia de ter que pegar apenas uma condução para estudar que nem prestei atenção quando o professor falava, especificamente, onde o ônibus ficaria esperando os alunos.

    como sempre, ontem, saí de casa em cima da hora. corri até a avenida anhangüera e deixei dois eixões passarem porque era elegantemente impossível entrar neles. entrei no terceiro que passou coloquei os foninhos de ouvido e deixei rammstein corroer meu cérebro enquanto não chegasse a hora de descer. atravessei, literalmente, metade de goiânia e cheguei ao terminal do padre pelágio. ele é enorme. esse terminal é tão grande que, depois que desci do ônibus, me perdi tentando encontrar a saída. o pior é que eu ainda teria que encontrar o busu da facu do lado de fora do terminal. saí de lá e comecei a procurar o bendito ônibus. contornei metade do padre pelágio, me cansei e resolvi pegar uma condução convencional mesmo. esperei meia hora no ponto e ainda peguei um engarrafamento gigantesco por causa de um caminhão de tomates que quebrou o retrovisor de carro popular. cheguei somente na segunda aula.

    o engraçado disso tudo foi ver, no meio da turba que se espremia para entrar primeiro no ônibus pegar uma cadeira vazia, uma folha de samambaia verdinha saracoteado por cima de uma cabeleira cinza – era uma velhinha carregando uma muda que se sentou toda esbaforida em um dos bancos do ônibus 037 – carrefour-norte - terminal padre pelágio

    7.8.06

    Oi

    só passei para avisar que meu pai morreu, mas eu ainda estou viva.

    depois eu volto.

    28.7.06

    Ainda sobre papai

    PAPAI-AMIGO-DOS-BICHOS

    “É engraçado... Para nós, estrangeiros, a lembrança é a imagem de uma gatinha. Para os brasileiros, pode ser uma pessoa ou uma coisa, mas, quando alguém nos diz ‘lembrança’, a imagem que vem a nossa cabeça é a imagem de uma gatinha.”

    Meu pai me disse isso durante uma conversa poucos dias antes de morrer. Ele ainda estava consciente, mas a proximidade da morte já havia comprometido sua lucidez. Não entendi o que ele quis dizer naquele dia, ainda não entendo e acredito que nunca irei entender, mas, agora, encontro algum sentido em suas palavras para que eu possa sempre me lembrar dele com carinho.


    É engraçado... Para mim, a lembrança é uma gatinha enquanto que, para outros, pode ser uma pessoa, uma coisa, um cheiro, um lugar. Quando alguém diz algo que me lembra meu pai, a lembrança chega a minha cabeça como uma gatinha se aproxima de mim.

    Às vezes, quando ando distraída pela sala, ela me surpreende me atrapalhando a caminhada, ziguezagueando entre minhas pernas. À noite, me acorda ao pular em minha cama pedindo um canto de minhas cobertas. Algumas vezes, mia alto até conseguir minha total atenção, enquanto que, em outras ocasiões, ela me morde e machuca se lhe perturbo o sono.

    Para mim, a lembrança de meu pai é uma gatinha. Uma companheira amorosa e discreta que vive em minha casa e se despede discretamente quando saio e me recebe feliz quando retorno.


    JUBERALDO ALEXANDRE COELHO

    *24 de julho de 1944

    +24 de julho de 2006

    26.7.06

    Papai


    papai recebendo um banho depois de chegar de uma longa viagem de trabalho


    meu paizinho morreu às 6:00 da manhã desta segunda-feira. eu estava sozinha com ele no quarto do hospital quando ele morreu. foi bom, fiquei feliz por isso. o câncer é uma doença que traz muito sofrimento, não só para o doente que tem dores horríveis, mas também para toda a família e amigos.

    desculpe o clichê, mas agora ele descança em paz.


    JUBERALDO ALEXANDRE COELHO

    *24 de julho de 1944
    +24 de julho de 2006

    7.7.06

    Engraçado...





    não deixar um negro entrar em um bar só porque ele é negro é racismo e deixar um negro entrar na universidade só porque ele é negro não é.



    muito coveniente.

    5.7.06

    "esse cara é tão chato que, se cada pessoa que não gostasse dele desse um centavo para mandá-lo embora, não daria certo porque, com todo esse dinheiro, daria para ele ir e voltar."

    januário leal

    3.7.06

    "o socialismo é o caminho mais longo entre o capitalismo e o capitalismo."

    esqueci o nome do autor

    29.6.06

    Fine

    estou muito triste,
    meu pai morre aos poucos diante de mim e não há nada que eu possa fazer.

    28.6.06

    Gafe sacra


    meu pai se descobriu recentemente com câncer no estômago. em fevereiro, ele teve todo o órgão retirado em uma cirurgia e até hoje não se recuperou. por causa disso tudo e da quimioterapia, meu é quase metade do homem que já foi: de 78 quilos, passou para 45.

    no começo desta semana, ele foi novamente internado para mais uma vez colocar uma sonda para alimentação enteral que saiu na calada da noite enquanto todos dormíamos. esta tal sonda é um tubinho que fica ligada diretamente no duodeno e pelo qual ele se alimenta. para você ter uma idéia, uma sopinha de cento e cinqüenta mL demora, em média, uma hora e meia para passar para o corpo magrinho do meu pai.

    enquanto ele e minha mãe estavam internados – pois ela fica por lá enquanto ele não sai, minha mãe encontrou um padre perambulando pelos corredores do hospital. ele disse estar visitando um amigo, mas resolveu fazer uma ronda pelos quartos a procura de fiéis mesmo estando à paisana. questionada se ela autorizaria uma visita religiosa ao seu doente, minha mãe disse que sim. afinal, que de mal poderia com a visita de um padre?

    o religioso entrou no quarto, se apresentou como enviado de deus e perguntou a meu pai se ele era católico e gostaria de se confessar. meu pai assentiu que sim, mas se recusou a fazer qualquer confissão não sei se por alguma convicção ou por medo de ser questionado se gostaria de receber a extrema unção.

    padre: quando foi a última vez que o senhor se confessou?
    pai: faz algum tempo.
    padre: no seu casamento?
    pai: não, na ,minha primeira comunhão.
    padre: ah-ha, então isso tem mais de sessenta anos! (meu pai tem sessenta e dois)
    pai: ...
    padre (para minha mãe): ele é seu pai?
    mãe: ...
    padre:...
    pai: ...
    padre: uma benção você aceitaria?
    pai: não vejo problema nisso.

    o padre, então, abençoou meu pai, minha mãe, minha família e toda a humanidade e deixou os dois sozinhos no quarto.

    pai: foi você quem chamou este padre aqui?
    mãe: nunca vi este homem em minha vida.

    dizendo isso, pegou o controle da tv e fingiu assistir desinteressada algum programa qualquer.

    24.6.06

    Papo lúgubre


    eu: posso levar este panfleto do parque memorial de goiânia?
    ela: por quê? você vai comprar um jazigo também?
    eu: você já comprou?
    ela: foi minha mãe. ela comprou para ela, meu pai, meu irmão e para mim. só não comprou para minha filha.
    eu: é porque sua filha só tem sete anos: qualquer coisa, ela vai no colo.

    23.6.06

    Foto para documento é no Fujioka

    ontem tive que tirar uma foto 3x4 para poder renovar minha carteira de motorista. para não ficar tão ridícula como a maioria das minhas outras fotos 3x4 que tenho em outros documentos, coloquei minhas lentes de contato, passei corretivo, base, sombra, batom, lápis, rímel e até blush. também penteei os cabelos com esmero. tudo isso para deixar de lado o visual noiva cadáver e ficar com a cara de bonequinha de luxo.
    deu certo minha foto para documentos tirada no fujioka ficou aceitável.

    ...

    depois de providenciar a nova carteira de motorista, ao sair do vapt-vupt – central faz tudo para o cidadão, me descobri sem dinheiro para ir embora. já era de noitinha, então me preparei psicologicamente para minha caminhada de vinte longos minutos: respirei fundo, coloquei play no rammstein que estava no meu toca-cd portátil e fiz uma cara bem feia e mal-humorada para espantar qualquer chato que viesse me incomodar.

    todos sabem que, como já dizia a mtv, é impossível ficar fisicamente indiferente a qualquer tipo de música. isso tanto é verdade que a mizuno lançou recentemente um tênis com mp3 player e disponibiliza em seu site listas de músicas diferenciadas para cada tipo de treinamento que o usuário deseja – desde o mais suave até o mais forte.

    pois é. lá estava eu, de cara amarrada, ouvindo rammstein – para quem não sabe, uma banda de metal industrial – subindo a ladeira em direção a minha casa. andava bem depressa, pois não queria ficar dando sopa para trombadinha no centro da cidade. além disso, o ritmo acelerado da música embalava minhas passadas apressadas. no meio do caminho, me lembrei de um chiclete que tinha na minha bolsa e resolvi adoçar minha caminhada com um clorets sabor menta. pobre de mim. inconscientemente, além de caminhar na batida da música, comecei a mascar a uma velocidade com a qual as minhas mandíbulas não estão acostumadas. o resultado foi uma dor de cabeça enorme ao chegar em casa.

    moral da história: nunca ande e masque chiclete ao mesmo tempo quando estiver ouvindo rammstein.


    20.6.06

    De gatinhas (no msn)


    Lady Sepulcro diz:
    então
    desde sexta que tem um cachorrinho chorando por aqui nas redondezas

    Xuxu diz:
    tadinho

    Lady Sepulcro diz:
    aí, hoje, mais cedo, eu subi no telhado dos vizinhos para procurar o coitado. Só não achei porque ele parou de chorar.

    Xuxu diz:
    tadinho

    Lady Sepulcro diz:
    Agora, ele começou de novo e eu subi de novo

    Xuxu diz:
    e aí?

    Lady Sepulcro diz:
    Achei o cachorrinho de uns quatro(?) meses do tamanho das minhas gatas num quintalzinho de 0,50 x 3 m. ele está numa caixa de papelão cheia de panos, com a casa fechada
    aí eu falei:
    “oi, cachorrinho!”
    e ele começou a abanar o rabinho e correr de um lado pro outro

    Xuxu diz:
    hehehe

    Lady Sepulcro diz:
    só que ele não me viu porque eu estava no telhado e ele ainda não consegue erguer a cabeça direito.
    E então ele começou a chorar de novo

    Xuxu diz:
    tadinho
    e tem coisa prele comer lá?

    Lady Sepulcro diz:
    tinha um prato lá, mas eu acho que ele tava se sentindo sozinho mesmo

    Xuxu diz:
    ah só

    Lady Sepulcro diz:
    pretiiiiiiinho

    Xuxu diz:
    muita gente deixa os bichinhos sozinhos o dia inteiro e eles ficam tristes

    Lady Sepulcro diz:
    é
    mas hj ele só começou a chorar agora
    tive vontade de descer lá, mas tive medo de levar um tiro
    antes, eu fiz barulho no telhado do outro vizinho e escutei ele dizer:
    "xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiit"
    igual se faz para gato
    me abaixei e fiquei quietinha
    quase falei
    "miauuu"

    Xuxu diz:
    é que você é uma gatinha

    Lady Sepulcro diz:
    sou mesmo

    Xuxu diz:
    Convencida!

    Lady Sepulcro diz:
    Convencida, não
    realista

    Xuxu diz:
    Hehehe

    Lady Sepulcro diz:
    Prrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr ^..^


    17.6.06

    A bosta do mundo é nossa


    não gosto de futebol. nunca assisto um jogo de qualquer campeonato que seja. quando eu podia beber, ia pra casa dos amigos durante os jogos da copa, ficava bebassa e gritava feito uma louca. futebol era o que menos importava - eu queria farra.

    hoje eu não bebo mais e copa do mundo não tem a mínima graça pra mim. o que me deixa puta e me faz odiar a copa é total impossibilidade de fazer qualquer outra coisa durante os jogos da seleção brasileira. em brasília, eu e outros "anti-patriotas" tentamos ir ao cinema durante o jogo, mas NADA funciona durante os jogos da seleção.

    acho muito legal todo mundo de uniforme, as ruas coloridas, a agitação e o almoço do hotel ser todo verde-amarelo - arroz com açafrão e cheiro verde. no dia da estréia da seleção brasileira, fizemos a maquiagem para apresentação de "a bela e a fera" nas cores da bandeira do brasil. costumávamos fazer quatro apresentações diariamente. neste dia, fizemos apenas uma. prejuízo para o produtor, prejuízo para todo mundo que pára para ver essa coisa insignificante chamada futebol. lucro, claro, apenas para os bares e para as cervejarias.

    não gosto de futebol. não há nada neste mundo - exceto dinheiro vivo - que me faça assistir a um jogo da seleção canarinho. o problema é que nem dormir eu posso por causa dos foguetes. acho que vou montar num rojão e me mandar pro espaço no próximo jogo.

    15.6.06

    Em brasília,

    no teatro do clube dos oficiais do exército:

    eu: ai! eu não aguento mais nenhuma apresentação. neste momento, gostaria de estar em casa, deitada na minha cama, passando a mão em um gatinho.

    colega de trabalho: e eu gostaria de estar em casa, deitado na minha cama com um gatinho passando a mão em mim.


    2.6.06

    Trampando no DF

    tou em brasília apresentando a "bela e a fera". a partir de segunda estarei no teatro do clube dos oficiais.
    minha amiga nina será minha cicerone por aqui.

    depois a gente se fala.

    26.5.06

    Sudoku improvisado

    Hoje, minha mãe teve que me buscar na minha psicologista porque o chevettinho estava pifado. como eu só dirijo o chevette, pois meu pai não me deixa colocar as mãos na direção do carro dele - a não ser em casos de vida ou morte, minha mãe me pegou no gol cinco minutos pontualmente atrasados.

    carona não reclama. então, lá vou eu resignadamente alegre acompanha-la até o tribunal da justiça do trabalho para que mi madrecita devolvesse alguns processos a seus respectivos cartórios. estacionamos perto de um colégio e eu fiquei no carro tentando me entreter com os poucos recursos que dispunha. peguei algumas filipetas e comecei a analisá-las minuciosamente.

    olhando uma planta baixa, tentei imaginar o quão grande é um flat com 1 sl, 1/4, 1 banho, coz. / área serv. + sacada de 30 m2. não tive a menor idéia, pois sou péssima quando se trata de pesos, idades, medidas e receitas culinárias. me lembrei, então, que eu, um dia, fui inteligente, dava aulas de matemática e física e até passei em sexto lugar no vestibular de uma faculdade que estuda esta última matéria. vasculhei o arquivo morto do meu cérebro e me lembrei que se calcula a área de um retângulo multiplicando seus lados. como um dos lados parecia maior que o outro uns dois metros, cheguei à seguinte conclusão:

    lado1 = x
    lado2 = x + 2
    área = x . (x + 2) = 30 m2

    x^2 + 2x = 30
    x^2 + 2x – 30 = 0

    uma equação do segundo grau! lembrou? eu também. vibrei de alegria. uma simples equação do segundo grau que eu já tinha feito umas 10^n vezes. era só aplicar a fórmula de báskara e meu passatempo matemático estaria resolvido. báskara! simples e repetida inúmeras vezes, báskara. aquela fórmula de báskara bestinha que estava completa e definitivamente apagada da minha memória de mosquito para todo o sempre huá-huá-huá-huá*.

    pois é. eu, o “gênio da matemática e da física” não sabia essa formulazinha que qualquer idiota de dezesseis anos com uniforme escolar sabe. qualquer um, como aquele idiota que eu via, pelo retrovisor do gol, conversando com aquelas pessoas na porta daquela escola.

    eureca! minha memória não funcionou, mas minha criatividade ainda estava em boa forma. bastava perguntar ao meliante, digo, ao estudante qual a fórmula de báskara e o problema que dilacerava minha vaidade intelectual estaria resolvido.

    desci do carro decidida e cheguei perto do garoto com passos firmes. tão firmes que ele teve um pouco de medo de mim e se embaraçou todo quando lhe perguntei se ele sabia resolver equações do segundo grau. e ele sabia:

    x = (-b +/- √b^2 -4ac) : 2a

    minha equação era:
    x^2 + 2x – 30 = 0
    a = 1
    b = 2
    c = 30

    então:
    x = (-2 +/- √2^2 -4 . 1 . 30) : 2 . 1
    x = (-2 +/- √124) : 2

    como meu celular não calculava a raiz quadrada, cheguei, por tentativas, a um resultado aproximado:
    x = (-2 +/- 11,2) : 2
    x = 9 : 2 = 4,5 ou
    x = -13 : 2 = -6,5

    como eu queria apenas o resultado positivo:
    lado1 (x) = 4,5m
    lado2 (x + 2) = 6,5m

    tirando a prova:
    área = lado1 . lado2 = 4,5 . 6,5 = 29,25 m2 (arredondando) = 30m2

    nossa! uma conta tão grande só para saber que um apertamento de 30 m2 é realmente pequeno. pelo menos, foi a conta exata para minha mãe chegar e zarparmos de volta para casa.



    * gargalhadas macabras a la vicent price

    15.5.06

    De volta pra casa II

    meus pais vão sair de casa. eles voltarão para a terra dos pais deles. melhor dizendo, para a terra das mães deles, pois os dois pais do meu pai e da minha mãe já moram no cemitério de bela vista de goiás.

    a decisão ficou por conta do meu pai que se descobriu com câncer, teve o estômago extraído em uma cirurgia e hoje faz quimioterapia. ele acha que, ao voltar para o interior, talvez ele melhore melhor.

    primeiramente, ele queria que todos nós, gatos, esposa e filhas, fôssemos colocados no caminhão de mudança para sermos levados de volta a terrinha. felizmente, eu tenho mãe e ela disse que deveríamos, eu e irmã, ficar por aqui na capital.

    os gatos serão divididos em duas partes desiguais, em primeiro lugar, porque é mais fácil sub-locar um apartamento com apenas um gato e, em segundo lugar, porque dividir três gatos em duas partes iguais seria desumano.

    4.5.06

    Pesquisa de opnião

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    você compraria uma camiseta com esta estampa?

    De volta pra casa

    minha velha remington achada no lixo na porta da minha casa


    depois de tanto tempo sem passar por aqui, voltei.


    foram vinte dias em salvador, uma semana em vitória da conquista e mais quatro dias em são josé do rio preto. só não escrevi antes porque minha meu computador anda com defeito e está difícil acessar a rede mundial de computadores. por isso e porque, apesar de ter feito tanta coisa, estava meio sem assunto. mais ou menos como quando se encontra um amigo que não se via a muito tempo e longos silêncios permeiam a conversa devido a um certo constrangimento e falta de intimidade.


    (...)


    ontem foi meu aniversário. muitas pessoas que eu não via há algum tempo me ligaram para me parabenizar. gostei disso. é bom saber que pessoas nas quais pensamos esporadicamente também pensam em nós de vez em quando.


    agora, estou planejando uma festa para sábado na casa do meu xuxu. o tema será “um romance gótico”. os convidados deverão vir de roupa preta e/ou branca e depositar r$ 5,00 na caixinha da aniversariante. obviamente, não se deve esquecer o presente, pois seria muita falta de gentileza ser convidado para uma festa, pagar uma grana para comer e beber e ainda não trazer algo para a adorável anfitriã.


    todas as pessoas do mundo estão convidadas.