
30.11.06
29.11.06
Gaia - projeto de colonização
Argumento para curta de animação
Argumento original: Januário Leal e Lady Sepulcro
Texto: Lady Sepulcro
Gaia também é um ser vivo, um organismo complexo que requer cuidados especiais, pois de seu bom funcionamento depende um número infinito de outras vidas.
Apesar da harmonia ter imperado nos primeiros 4,48 bilhões de anos de existência terrestre, nos últimos 25 mil anos esta harmonia vem sendo abalada. Além disso, a destruição tem se agravado tanto neste último século que os guardiões decidiram que é necessária outra intervenção, porém de caráter radical e odioso.
Novamente acontece o indesejado. Mais uma vez, a espécie favorita dos Criadores, a qual foi mais amada e assistida e que recebeu a dádiva máxima de todos os seres, a inteligência, falha. Durante inúmeras experiências, em inúmeros planetas, os Criadores tentaram a colonização através dessa espécie. Porém, apesar do aperfeiçoamento feito, experiência após experiência, esta forma de vida dita inteligente sempre acaba exterminando-se ao destruir completamente o ecossistema em que vive. Mais uma vez a decepção para os guardiões, que depositaram nesta derradeira experiência grandes esperanças de sucesso. Esperanças alimentadas por civilizações altamente harmônicas em relação ao seu meio, como as antigas tribos da América, os Maias, Incas, Astecas... Mas não foi possível estancar toda ganância inerente à espécie. Incrivelmente esta característica parece estar intrinsecamente ligada aos genes responsáveis pela inteligência.
Gaia está doente, ela foi infectada pela pior das pestes, a peste que tem como agente causador o Homo sapiens. O estado terminal de Gaia pede por ações imediatas, não há tempo para hesitações. Cada segundo em que a espécie humana permanece viva significa mais um passo dado em direção ao colapso do bioma. Os guardiões decidem finalmente exterminar a Homo sapiens. Essa espécie virulenta que não atingiu o seu objetivo: o de viver harmoniosamente sem abalar profundamente a homeostase do planeta.
O processo de extermíneo é inicializado. Após todos os procedimentos primários feitos, o único procedimento restante para exterminar definitivamente a humanidade é apertar um simples botão e então o processo de assepsia biológica será iniciado. Antes de apertar o indesejado botão, os Criadores sintonizam seus monitores em sua indefesa Gaia.
Encarando a tela, uma mistura de horror e culpa os invade. Sozinhos, os homens já haviam desencadeado um diferente processo de extermínio. A III Guerra Mundial chega, então, ao seu fim com milhares de explosões em forma de cogumelos, que cobrem a superfície da Terra com ondas de calor e provocam um espetáculo de proporções dantescas. Não há mais nada que se possa fazer. Nenhum ecossistema resta sobre aquela superfície agonizante, apenas vidas que não resistirão por muito tempo. Os Criadores, atônitos, fitam os monitores que tiveram o sinal interrompido. Naquela sala, permanecem apenas o criador, a lembrança de sua criatura e a eterna angústia da criação.
25.11.06
Os perigos de se dormir fora de casa
quarta, depois da peça, fui para casa do xuxu dormir com ele. ele (ainda) mora na casa dos pais e, em seu quarto, há apenas uma cama de solteiro. como ali não nos cabe de uma forma confortável, costumo colocar um colchão ao lado de sua cama para, quando me enjoar de dormir abraçadinha, rolar para cima da caminha improvisada.
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24.11.06
Murcho e Mulamba

ontem, fiz a segunda e última apresentação de fim de ano do núcleo de dança simone magalhães. é costume das academias de dança de goiânia fazerem pelo menos um espetáculo mostrando aos pais financiadores como seus pimpolhos estão se saindo na adorável arte da dança. para não deixar os mantenedores e convidados muito entediados e para dar um ar de unidade em toda apresentação, é comum se fazer uma micro peça teatral entre umas coreografias e outras.
neste ano, fiz minha décima primeira participação anual como atriz convidada da academia da simone. meu papel era o de mushu, o dragãozinho do desenho disneyano mulan. o figurino ficou divino. uma máscara enorme feita de isopor e tecido e um corpo de espuma revestido também por tecido. um inconveniente era o calor. a única entrada e saída de ar que existia na roupa do mushu era a gola. em cena, apenas mulan, que foi interpretado por uma garota adorável que faz artes cênicas na ufg, e o mushu.
na peça, haviam algumas cenas que eram feitas no camarote do teatro goiânia. umas duas coreografias antes da hora determinada, fui para o dito cujo. subi as escadas o mais rápido permitido pelo meu figurino, passando pela entrada da platéia superior e tentando não ser vista por ela.
no camarote, enquanto aguardava o momento combinado, decorava o texto que ainda não estava totalmente enterrado em minha cabeça de dragão preguiçoso. Como demorava um pouco, esqueci o texto e comecei a imaginar se, se eu desse um pum, o cheiro ficaria impregnado na roupa ou se sairia todo pela gola. estando sozinha, resolvi fazer a experiência. soltei um e não senti nada. alguns segundos mais tarde, toquei a corneta pela segunda vez e, para fazer o ar circular pela roupa, comecei a bater na bunda e a balançar a espuma.
por acaso, olhei para trás e dei de cara com um moleque olhando bem na minha cara. ai, que vergonha! o bichinho deve ter me visto subir a escada e me seguiu para ver o que eu faria. eu não sabia onde me enfiava. será que ele ouviu alguma coisa? pior: será que ele sentiu alguma coisa? eu não senti nada, mas o barulho que eu fiz foi bem grande.
sem mais opções, enfiei a máscara do mushu na cabeça e fiz minha cena. depois, ainda pedi para o pirralho pegar meu texto que estava no chão, pois me era impossível fazer qualquer coisa com uma luva enorme de espuma com apenas três dedos. fazer o quê? artista não pode ter vergonha, não, bem!
11.11.06
9.11.06
X - Disgraça

minha facu fica longe de minha casa. não tão longe que não dê para ir de ônibus ou de carro. o problema é que ela fica longe em um lugar meio nem lá, nem cá. minha mãe noiou com isso e decidiu que eu deveria ir e voltar de van. então, de segunda a sexta, saio de casa às 6:30 da tarde, entro na van e só volto às 11:00 da noite, quando essa mesma van me deixa na porta de casa.
na van, eu não vou sozinha, como de carro, e nem vou com desconhecidos que, no ônibus, agradavelmente me ignoram e eu retribuo o favor os ignorando também. tenho colegas de van. colegas que gostam de se sociabilizar. como na maioria dos rendez-vous sociais, essa sociabilização envolve comida. já saímos para comer pizza e, ontem, paramos em um pit-dog para comer x-salada.
pedimos, comemos e eu fiz as contas e a coleta do dinheiro. gosto de fazer isso para, além de ter uma micro-sensação de controle, mostrar o quanto sou boa de matemática proto-financeira. pedimos a conta e eu fui pagar direto no caixa porque tínhamos pressa. com o dinheiro contado na mão, a moça do caixa me deu um número menor do que eu havia calculado. minha vaidade mental se sentiu ferida e eu quis provar que suas contas e não as minhas estavam erradas. logo, minhas colegas de van estavam ao meu lado tentando entender a confusão numérica e prontas para contribuir com informações que logo sanassem o problema.
problema que foi logo extinguido - na visão delas - tão logo souberam que eu queria pagar mais do que me era cobrado. “considere desconto!” viraram as costas e foram para a van. com um pouco de esforço, descobri que o garçom se esquecera de cobrar o refrigerante dois litros, paguei os três e oitenta que faltavam e tomei meu assento na van para voltar para casa.
me senti anormalmente surpresa com a solução simplista de minhas colegas: se a diferença é contra mim, brigue, se é a favor, sorria, diga muito obrigada e vá para casa com seu insignificante prêmio de malandro que passou a perna em otário .
no mesmo dia, mais cedo, na aula de filosofia, me queixei, em um debate, da nossa extrema falta de honestidade. sim, nossa: minha, sua e de todos que nasceram e foram criados aqui, no país do futuro. otário é quem não pega três e oitenta que a moça esqueceu de cobrar no pit-dog. idiota é quem não escorrega para a carteira um cheque de seiscentos reais em uma comissão de formatura. um completo mentecapto é aquele que não aceita calado mensalão e ainda perde mandato por não conseguir derrubar quem lhe ofereceu o dito-cujo.
vou me mudar para a finlândia e nunca mais baixo música na internet.
31.10.06
Lojas de roupas usadas invadem o Centro
lê aí:
Nestes últimos anos, o Centro de Goiânia tem presenciado um aumento considerável do número de lojas especializadas na compra e venda de roupas novas e usadas. Para se ter uma idéia, somente na quadra 109, localizada entre a Avenida Paranaíba e a rua 55, são quatro lojas sendo que a mais nova tem apenas quatro meses de existência.
A empresária Laura Carolina se apaixonou por brechós há cinco anos, quando foi contratada para trabalhar em uma loja do Centro. Antes, ela nem sabia que existiam estabelecimentos que vendiam roupas usadas. Quando decidiu ter sua própria loja, a Fashion Gyn, Laura escolheu o setor Central porque a maioria dos clientes passa por ali.
“Tem de tudo: mais simples, mais avantajados, de feirante a advogado e travesti. Quem mais compra é o povo simples que, às vezes, gosta de uma roupa que viu no shopping ou na revista, mas não tem condição de comprar, então compra no brechó porque é mais barato. Tem gente que vê a roupa na novela e vem direto para o brechó”, explica.
Para evitar a compra de peças roubadas, as proprietárias se valem de alguns métodos. As roupas novas são, em geral, compradas diretamente da ponta de estoque outras lojas. Já para as roupas usadas, é comum nunca se comprar uma única peça. Alguns brechós compram apenas acima de seis peças, enquanto outros pagam pelo montante com mais de 20.
Dona Ormezina, proprietária da Variedade Roupas, sempre pede a apresentação da identidade quando compra de fornecedores que não conhece. “As minhas fornecedoras são de longa data. A avó passa para a filha que passa para a neta o hábito de juntar as roupas em casa e depois me vender”. Um fato curioso é que a atividade dos brechós parece ser um negócio predominantemente feminino.
O Bazar da Associação Ágape, localizado na rua 70, ajuda a financiar a creche da associação que se sustenta através de doações. A vendedora e voluntária Cejane Torres diz que as roupas são doadas por outros brechós, lojas e por pessoas que trazem pessoalmente ao Bazar, além das doações conseguidas pelos voluntários que pedem de porta em porta. O volume de vendas ainda é pouco devido ao preconceito. “Muitas vezes. O cliente gosta da roupa, mas não leva por ser uma roupa usada. Tem dia que tem que rezar bastante para vender e poder pagar o passe”, lamenta Cejane. A peça mais barata da loja – uma blusinha de bebê - custa 30 centavos enquanto que a mais cara – um vestido novo – não passa de 15 reais.
Um padre e Vera Fisher
Com mais de 22 anos de existência, a Pechincha Comércio de Roupas Usadas faz mais do que comprar e vender roupas – ela também as aluga. São oferecidas roupas cafonas, de época, fantasias e figurinos para teatro e para televisão. A festa junina é a festa tradicional que possui o maior acervo na loja. Em junho, a loja retira todas as roupas comuns da exposição e se equipa apenas com trajes típicos de quadrilha. “Se alguém precisar de 1.000 roupas, a loja tem”, diz Fátima Xavier de Oliveira, vendedora e irmã da proprietária. Todas as fantasias do acervo foram confeccionadas exclusivamente para o aluguel.
Recentemente, a loja foi procurada por um padre e uma freira de uma igreja do Jardim Nova Mundo que procuravam roupas cafonas para um encontro de casais temático que seria realizado na paróquia do bairro. Entre os famosos que já passaram por ali, estão Glória Pires e seu marido, Orlando Morais, que estiveram pessoalmente na loja e alugaram roupas para eles e ainda levaram um vestido para Vera Fisher.
p.s.: se quiser saber mais sobre mim e este assunto:27.10.06
26.10.06
Palhaçada, hein?!

agora, querem proibir este símbolo** de protesto contra o governo.
e amanhã, será que irão proibir a publicação de fotos feias e caricaturas engraçadas do nosso adorável ditador?

*http://www.blogger.com/post-edit.g?blogID=6830645&postID=116188954958618116
**http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT728395-1655,00.html
24.10.06
18.10.06
Clichê

não vou à aula há uma semana. não tenho me sentindo disposta a fazer isso. de fato, não tenho me sentindo disposta a fazer nada. tenho algumas peças publicitárias para fazer, mas não me sinto apta a nada. prefiro ficar em casa esperando que o açúcar corroa meus dentes e o sono derreta meu cérebro.
agora não sei... não consigo!
por quanto tempo ainda conseguirei enganar mais alguém além de mim mesma? só gostaria de fazer mais sentido e sentir menos.
11.10.06
4.10.06
2.10.06
Dá licença?!
sempre que vou fazer algum trabalho - seja de faculdade ou de publicidade, uso o do quartinho. apesar de ficar nos fundos do apartamento, basta que eu me sente lá para que alguém venha conversar comigo e me atrapalhar. sou educadinha. paro de escrever ou fazer o que estou fazendo no pc e olho diretamente nos olhos da pessoa que fala comigo. isso na primeira vez que sou interrompida. na segunda, continuo digitando ou fazendo o quer que eu esteja fazendo no pc, paro no meio da fala do outro e peço para repetir, pois não ouvi nada porque estava digitando ou fazendo uma coisa muito importante no pc. geralmente, as pessoas normais ouviriam o apito do próprio desconfiômetro tocar e me deixariam só. geralmente, as pessoas daqui de casa, repetem o que disseram e continuam ao meu lado conversando.
hoje, não tive tanta paciência de esperar acabar o assunto e pedi que minha mãe e minha prima parassem do conversar comigo porque eu estava terminando de escrever uma frase. imediatamente elas concordaram e foram para a área de serviço que fica ao lado do quartinho e lá ficaram falando alto e fazendo "pssiu" para chamar minha atenção. não conseguindo terminar de escrever a frase, educadamente perdi a paciência e mandei as duas irem catar coquinho ou plantar batatas, o que melhor lhes parecesse. as duas se magoaram e foram para a cozinha que fica ao lado da área de serviço e lá ficaram comentando o quanto eu estava de mal-humor hoje.
griladíssma, terminei minha frase e fiz um cartazinho que plastifiquei com papel-contact e coloquei em um preguinho que fica do lado de fora da porta do quartinho/escritório/guarda-tranqueria:

se isso não ligar o desconfiômetro delas, terei que aprender a ser tão sutil quanto o bin laden.
24.9.06
Baba cósmica
eu: foi deus que cuspiu em você.
prima: o que eu fiz para merecer isso?
eu: não é culpa sua. deus quando fala cospe mesmo.
23.9.06
20.9.06
Perco os dentes, mas não perco a piada.
ela: não é verdade. eu ainda estou muito bem. ontem mesmo eu quase causei um acidente de carro.
eu: por quê? bloqueou a visão de alguém?
9.9.06
Elegância vem de berço
Profissão Repórter
6.9.06
No elevador
5.9.06
Das Modell - A Revanche
eu: bom dia. estou ligando para remarcar a reunião, pois terça-feira a noite eu tenho aula e não poderei ir.
ela: reunião?
eu: é, reunião. vocês me ligaram ontem pela manhã e marcaram. tem como remarcar para algum dia de manhã ou à tarde?
ela: você sabe quem aqui da agência te ligou?
eu: ah... não me lembro. foi bem cedo e eu estava dormindo. acabei confirmando o horário porque me confundi. eu sempre sou assim logo que acordo – não me lembro de muita coisa.
ela: era um homem ou uma mulher?
eu: homem.
(...)
ele: alô?
eu: estou ligando para remarcar a reunião.
ele: reunião?! sobre o que é esta reunião?
eu: eu não sei, vocês é que sabem. vocês me ligaram ontem e marcaram comigo na terça à noite.
ele: mas você não se lembra sobre o que é?
eu: olha: eu tinha acabado de acordar quando vocês me ligaram, então não me lembro bem o que foi falado no telefonema.vocês devem saber. eu participei do concurso da elite e...
ele: elite? qual a sua altura?
eu: 1,75 m.
ele: você pode vir amanhã às 9:30 da manhã?
eu: posso, sim.
ele: sabe onde fica agência?
eu: sei. fica perto da praça da nova suíça, não é?
ele: não. fica perto do goiânia shopping.
eu: goiânia shopping?! qual o nome da agência?
ele: image models.
eu: desculpe, foi engano.
*click*
3.9.06
Regime Post Mortem
Café da Manhã
o 100 mL de leite desnatado + Cereal Matinal de fibra de trigo (All-Bran da Kellog’s ou Fiber Bran da Trio) com adocante
o Café e Suco Diet à vontade
Lanche da Manhã
o Uma Maçã Red ou uma Pêra grande
o Café e Suco Diet à vontade
Almoço
o 1 colher de Arroz
o 1 colher de Feijão
o Carne (não gordurosa) à vontade
o Verduras, folhas e legumes (com ou sem azeite) à vontade
o Café e Suco Diet à vontade
Lanche da Tarde
o Repita o café da manhã ou
o 2/3 de um Pão francês com presunto e queijo
o Café e Suco Diet à vontade
Jantar
o Uma Maçã Red ou uma Pêra grande
o Suco Diet à vontade
Lanche da noite
o 1 Lámen não cremoso que leve 450 mL de água no preparo ou
o Mingau de Aveia preparado com 100 mL de leite desnatado
o Suco Diet à vontade
Assalto Noturno à Geladeira
o Uma Maçã Red ou uma Pêra grande ou
o 1 Lámen não cremoso que leve 450 mL de água no preparo (só se tiver muita fome)
o Suco Diet à vontade
Dicas:
o Pese, tire suas medidas e anote tudo antes de iniciar a dieta e volte a fazer isto somente uma semana depois para conferir os resultados. Lembre-se de se pesar na mesma balança.
o Em hipótese alguma, coma doces.
o Sempre leve com você uma fruta bem docinha para aquelas horas que tiver vontade de comer algo fora dos horários das refeições.
o Em hipótese alguma, coma doces.
o Se gostar de chiclete, masque um sem açúcar.
o Prefira adoçante a açúcar
o Beba muita água ou, se não gostar, beba suco diet.
o Beba muito café com adoçante porque é gostoso.
29.8.06
Filosofia
Faculdades AlFa
Faculdade de Jornalismo
Filosofia – Prof. Elias
2º Período Noturno
O ser humano só começou a refletir sobre o significado da vida quando, devido a sua inteligência, não precisou pensar o tempo todo em sua própria sobrevivência.
No dia 16 de abril de 2004, escrevi em meu diário:
“(...) Pior do que se sentir triste por algo é viver em um estado de constante tédio em relação à vida. Acordar, sentir vontade de ir ao banheiro, urinar; sentir fome, comer; sentir sede, beber; sentir vontade de ir ao banheiro, defecar; sentir fome, comer; sentir sede, beber; sentir sono e dormir. Viver é isto, nada mais. É deixar nos levar por nossos impulsos naturais de sobrevivência que nos obrigam a sempre inspirar logo após expirar. O que fazemos de diferente disso serve para mascarar o quanto a vida é enfadonha e repetitiva e, mesmo com estes subterfúgios – trabalho, lazer, família, amigos; a vida continua sendo massacrada pela rotina.”
No filme “Mar Adentro” de Alejandro Amenábar, o personagem do ator Javier Bardem - Ramón Sampedro – vê sua vida reduzida a suas funções fosiológicas após sofrer um acidente que o prende a uma cama e o torna totalmente dependente de outras pessoas. Sua inteligência e sua experiência como um homem que conheceu diversas culturas ao redor do mundo permite-lhe apreciar coisas mais sofisticadas e que exigem um certo grau de erudição. Porém, o fato de o personagem não ser uma pessoa medíocre faz com que ele veja o quanto sua vida é inútil para si mesmo e um fardo para as pessoas que ama. Sua vida se resume a comer para depois ter fome, dormir para logo acordar e voltar a ter sono novamente, expirar para em seguida inspirar. Impossibilitado de resistir aos seus instintos de sobrevivência e aos cuidados de seus familiares, Rámon Sampero pede ao Estado recursos para que ele possa exercer o direito de decidir sobre a sua própria vida – ele quer uma eutanásia assistida, já que não consegue se matar sozinho.
Em minha opinião, uma vida reduzida a suas funções fisiológicas não é humana. O gato doméstico tratado com fartura e a salvo de predadores não tem a capacidade de refletir e decidir se sua vida é proveitosa ou não. Sua existência se resume a se preocupar com a próxima refeição e se proteger de inimigos imaginários que o instinto incrustiu em sua pseudo-consciência. O ser humano, sim, tem esta capacidade de reflexão e, se alguém chegar à conclusão de que a vida não tem mais significado existencial, ela tem o direito de tirar a própria vida e, até mesmo, tirar a vida de quem não possui nenhuma consciência humana e é incapaz de decidir por si só.
Music: Every day is exactly the same*
Band: Nine Inch Nails
“I believe I can see the future
Cause I repeat the same routine
I think I used to have a purpose
But then again
That might have been a dream”**
* Música: Todos os dias são exatamente iguais
Banda: Nine Inch Nails (pregos de nove polegadas usados para selar caixões antigos)
** “Eu acredito que posso prever o futuro
Pois eu repito a mesma rotina
Eu pensava ter um propósito
Mas, então, novamente
Deve ter sido apenas um sonho”
29/08/2006
27.8.06
Das Modell - Episódio Final

para meu fracasso, há duas hipóteses:
A) sou muito feia para ser modelo
B) sou muito velha para ser modelo
prefiro acreditar que sou velha.
p.s.: perdi 5 cm de quadril e 2 cm de cintura em um mês à toa.
19.8.06
Emagreça dormindo.
dieta é uma novela. sempre se começa na segunda-feira e se quebra no final de semana. apesar de muitos acharem que não, eu também sou humana e mulher e, se a exceção confirma a regra, eu não tenho nada a ver com isso.
ontem foi sexta e eu acabei quebrando meu regime. sabe como é: sou novata na faculdade, meu pai morreu, meu namorado não me ligou à tarde – essas bobagens cotidianas que acabam nos estressando. chegue em casa às 10:45, morrendo de fome e, ao invés de comer 2/3 de pão francês com queijo, eu cometi a extravagância (preste bastante atenção) de comer um pão francês inteirinho recheado com duas fatias de queijo. e o pão ainda tinha gergelim!
assim não dá. por causa disso terei que compensar no sábado: ou eu faço uns dez abdominais ou eu fico de jejum até a hora do almoço. acho que vou na segunda opção. abdominal não dá para fazer dormindo.
17.8.06
No msn (editado)
eu: sabia que estou participando daquele concurso de modelos da agência elite?
ele: não! como funciona?
eu: funciona assim: quem se acha bonito se inscreve e quem vence ganha um contrato com a agência. a agência é internacional - aquela da gisele bünchuehsdhjcjsdf e tudo mais
ele: você acha que tem chance?
eu: não sei se tenho chance, só sei que estou de regime porque as outras candidatas são todas magéééééééééerrimas.
ele: você, de regime? vai malhar, sua preguiçosa!! agora, fazer regime? faz mal!!
agride a saúde!!!
eu: estou de regime porque sou preguiçosa mesmo!
ele: você já deve ter aquele estomago lindo e maravilhoso: cheio de gastrite. igual ao meu. fica sem comer...
eu: não, não é regime assim.só estou comendo porções menores, substituindo docinhos por frutas, não comendo besteiras.
ele: ah tá!
eu: mas, à noite, só como miojo e uma maçã. é a única coisa pouco calórica que eu sei cozinha.
ele: à noite como miojo ou pizza,mas porque não tenho mais opção

(...)
ele: cara, eu fico muito revoltado da mulherada de hoje! vem de fabrica se nenhum valor agregado. “não sabe fazer uma comida?” eu pergunto pra minha candidata a esposa. então vai ter que ser muito boa de cama, viu??? mas nós também estamos aprendendo. tenho um monte de amigo que está cozinhando. Eu até quero fazer um curso.
eu: é, a vida é assim: alguns são bons em fazer croquete, enquanto que outros são bons em pagar...
ele: ...
eu: croquete! pois é. quem não sabe compra pronto.
ele: é, sim.
11.8.06
10.8.06
Santa Dica
acho que estes acontecimentos são mensagens divinas para que eu pare de andar de ônibus e vá de carro para faculdade. minha mãe discorda.
9.8.06
Estudante paga meia

voltei a estudar. estou cursando o segundo período de jornalismo na faculdade alves faria. como todo estudante meio quebrado, vou de busu para a facu. segunda-feira, meu primeiro dia de aula, fui informada que a alfa disponibilizou gratuitamente, para os seus alunos, um ônibus que sai do terminal padre pelágio e pára na porta da faculdade. fiquei tão feliz com a idéia de ter que pegar apenas uma condução para estudar que nem prestei atenção quando o professor falava, especificamente, onde o ônibus ficaria esperando os alunos.
como sempre, ontem, saí de casa em cima da hora. corri até a avenida anhangüera e deixei dois eixões passarem porque era elegantemente impossível entrar neles. entrei no terceiro que passou coloquei os foninhos de ouvido e deixei rammstein corroer meu cérebro enquanto não chegasse a hora de descer. atravessei, literalmente, metade de goiânia e cheguei ao terminal do padre pelágio. ele é enorme. esse terminal é tão grande que, depois que desci do ônibus, me perdi tentando encontrar a saída. o pior é que eu ainda teria que encontrar o busu da facu do lado de fora do terminal. saí de lá e comecei a procurar o bendito ônibus. contornei metade do padre pelágio, me cansei e resolvi pegar uma condução convencional mesmo. esperei meia hora no ponto e ainda peguei um engarrafamento gigantesco por causa de um caminhão de tomates que quebrou o retrovisor de carro popular. cheguei somente na segunda aula.
o engraçado disso tudo foi ver, no meio da turba que se espremia para entrar primeiro no ônibus pegar uma cadeira vazia, uma folha de samambaia verdinha saracoteado por cima de uma cabeleira cinza – era uma velhinha carregando uma muda que se sentou toda esbaforida em um dos bancos do ônibus 037 – carrefour-norte - terminal padre pelágio
7.8.06
28.7.06
Ainda sobre papai
“É engraçado... Para nós, estrangeiros, a lembrança é a imagem de uma gatinha. Para os brasileiros, pode ser uma pessoa ou uma coisa, mas, quando alguém nos diz ‘lembrança’, a imagem que vem a nossa cabeça é a imagem de uma gatinha.”
Meu pai me disse isso durante uma conversa poucos dias antes de morrer. Ele ainda estava consciente, mas a proximidade da morte já havia comprometido sua lucidez. Não entendi o que ele quis dizer naquele dia, ainda não entendo e acredito que nunca irei entender, mas, agora, encontro algum sentido em suas palavras para que eu possa sempre me lembrar dele com carinho.
É engraçado... Para mim, a lembrança é uma gatinha enquanto que, para outros, pode ser uma pessoa, uma coisa, um cheiro, um lugar. Quando alguém diz algo que me lembra meu pai, a lembrança chega a minha cabeça como uma gatinha se aproxima de mim.
Às vezes, quando ando distraída pela sala, ela me surpreende me atrapalhando a caminhada, ziguezagueando entre minhas pernas. À noite, me acorda ao pular em minha cama pedindo um canto de minhas cobertas. Algumas vezes, mia alto até conseguir minha total atenção, enquanto que, em outras ocasiões, ela me morde e machuca se lhe perturbo o sono.
Para mim, a lembrança de meu pai é uma gatinha. Uma companheira amorosa e discreta que vive em minha casa e se despede discretamente quando saio e me recebe feliz quando retorno.
JUBERALDO ALEXANDRE COELHO
*24 de julho de 1944
+24 de julho de 2006
26.7.06
Papai

papai recebendo um banho depois de chegar de uma longa viagem de trabalho
meu paizinho morreu às 6:00 da manhã desta segunda-feira. eu estava sozinha com ele no quarto do hospital quando ele morreu. foi bom, fiquei feliz por isso. o câncer é uma doença que traz muito sofrimento, não só para o doente que tem dores horríveis, mas também para toda a família e amigos.
desculpe o clichê, mas agora ele descança em paz.
JUBERALDO ALEXANDRE COELHO
*24 de julho de 1944
+24 de julho de 2006
7.7.06
Engraçado...
5.7.06
3.7.06
29.6.06
28.6.06
Gafe sacra

meu pai se descobriu recentemente com câncer no estômago. em fevereiro, ele teve todo o órgão retirado em uma cirurgia e até hoje não se recuperou. por causa disso tudo e da quimioterapia, meu é quase metade do homem que já foi: de 78 quilos, passou para 45.
no começo desta semana, ele foi novamente internado para mais uma vez colocar uma sonda para alimentação enteral que saiu na calada da noite enquanto todos dormíamos. esta tal sonda é um tubinho que fica ligada diretamente no duodeno e pelo qual ele se alimenta. para você ter uma idéia, uma sopinha de cento e cinqüenta mL demora, em média, uma hora e meia para passar para o corpo magrinho do meu pai.
enquanto ele e minha mãe estavam internados – pois ela fica por lá enquanto ele não sai, minha mãe encontrou um padre perambulando pelos corredores do hospital. ele disse estar visitando um amigo, mas resolveu fazer uma ronda pelos quartos a procura de fiéis mesmo estando à paisana. questionada se ela autorizaria uma visita religiosa ao seu doente, minha mãe disse que sim. afinal, que de mal poderia com a visita de um padre?
o religioso entrou no quarto, se apresentou como enviado de deus e perguntou a meu pai se ele era católico e gostaria de se confessar. meu pai assentiu que sim, mas se recusou a fazer qualquer confissão não sei se por alguma convicção ou por medo de ser questionado se gostaria de receber a extrema unção.
padre: quando foi a última vez que o senhor se confessou?
pai: faz algum tempo.
padre: no seu casamento?
pai: não, na ,minha primeira comunhão.
padre: ah-ha, então isso tem mais de sessenta anos! (meu pai tem sessenta e dois)
pai: ...
padre (para minha mãe): ele é seu pai?
mãe: ...
padre:...
pai: ...
padre: uma benção você aceitaria?
pai: não vejo problema nisso.
o padre, então, abençoou meu pai, minha mãe, minha família e toda a humanidade e deixou os dois sozinhos no quarto.
pai: foi você quem chamou este padre aqui?
mãe: nunca vi este homem em minha vida.
dizendo isso, pegou o controle da tv e fingiu assistir desinteressada algum programa qualquer.
24.6.06
Papo lúgubre

eu: posso levar este panfleto do parque memorial de goiânia?
ela: por quê? você vai comprar um jazigo também?
eu: você já comprou?
ela: foi minha mãe. ela comprou para ela, meu pai, meu irmão e para mim. só não comprou para minha filha.
eu: é porque sua filha só tem sete anos: qualquer coisa, ela vai no colo.
23.6.06
Foto para documento é no Fujioka
ontem tive que tirar uma foto 3x4 para poder renovar minha carteira de motorista. para não ficar tão ridícula como a maioria das minhas outras fotos 3x4 que tenho em outros documentos, coloquei minhas lentes de contato, passei corretivo, base, sombra, batom, lápis, rímel e até blush. também penteei os cabelos com esmero. tudo isso para deixar de lado o visual noiva cadáver e ficar com a cara de bonequinha de luxo.
deu certo minha foto para documentos tirada no fujioka ficou aceitável....
depois de providenciar a nova carteira de motorista, ao sair do vapt-vupt – central faz tudo para o cidadão, me descobri sem dinheiro para ir embora. já era de noitinha, então me preparei psicologicamente para minha caminhada de vinte longos minutos: respirei fundo, coloquei play no rammstein que estava no meu toca-cd portátil e fiz uma cara bem feia e mal-humorada para espantar qualquer chato que viesse me incomodar.
todos sabem que, como já dizia a mtv, é impossível ficar fisicamente indiferente a qualquer tipo de música. isso tanto é verdade que a mizuno lançou recentemente um tênis com mp3 player e disponibiliza em seu site listas de músicas diferenciadas para cada tipo de treinamento que o usuário deseja – desde o mais suave até o mais forte.
pois é. lá estava eu, de cara amarrada, ouvindo rammstein – para quem não sabe, uma banda de metal industrial – subindo a ladeira em direção a minha casa. andava bem depressa, pois não queria ficar dando sopa para trombadinha no centro da cidade. além disso, o ritmo acelerado da música embalava minhas passadas apressadas. no meio do caminho, me lembrei de um chiclete que tinha na minha bolsa e resolvi adoçar minha caminhada com um clorets sabor menta. pobre de mim. inconscientemente, além de caminhar na batida da música, comecei a mascar a uma velocidade com a qual as minhas mandíbulas não estão acostumadas. o resultado foi uma dor de cabeça enorme ao chegar em casa.
moral da história: nunca ande e masque chiclete ao mesmo tempo quando estiver ouvindo rammstein.![]()
20.6.06
De gatinhas (no msn)

Lady Sepulcro diz: |

17.6.06
A bosta do mundo é nossa

não gosto de futebol. nunca assisto um jogo de qualquer campeonato que seja. quando eu podia beber, ia pra casa dos amigos durante os jogos da copa, ficava bebassa e gritava feito uma louca. futebol era o que menos importava - eu queria farra. hoje eu não bebo mais e copa do mundo não tem a mínima graça pra mim. o que me deixa puta e me faz odiar a copa é total impossibilidade de fazer qualquer outra coisa durante os jogos da seleção brasileira. em brasília, eu e outros "anti-patriotas" tentamos ir ao cinema durante o jogo, mas NADA funciona durante os jogos da seleção. acho muito legal todo mundo de uniforme, as ruas coloridas, a agitação e o almoço do hotel ser todo verde-amarelo - arroz com açafrão e cheiro verde. no dia da estréia da seleção brasileira, fizemos a maquiagem para apresentação de "a bela e a fera" nas cores da bandeira do brasil. costumávamos fazer quatro apresentações diariamente. neste dia, fizemos apenas uma. prejuízo para o produtor, prejuízo para todo mundo que pára para ver essa coisa insignificante chamada futebol. lucro, claro, apenas para os bares e para as cervejarias. não gosto de futebol. não há nada neste mundo - exceto dinheiro vivo - que me faça assistir a um jogo da seleção canarinho. o problema é que nem dormir eu posso por causa dos foguetes. acho que vou montar num rojão e me mandar pro espaço no próximo jogo. |
15.6.06
Em brasília,
2.6.06
Trampando no DF
minha amiga nina será minha cicerone por aqui.
depois a gente se fala.
26.5.06
Sudoku improvisado
Hoje, minha mãe teve que me buscar na minha psicologista porque o chevettinho estava pifado. como eu só dirijo o chevette, pois meu pai não me deixa colocar as mãos na direção do carro dele - a não ser em casos de vida ou morte, minha mãe me pegou no gol cinco minutos pontualmente atrasados.
* gargalhadas macabras a la vicent price |
15.5.06
De volta pra casa II
a decisão ficou por conta do meu pai que se descobriu com câncer, teve o estômago extraído em uma cirurgia e hoje faz quimioterapia. ele acha que, ao voltar para o interior, talvez ele melhore melhor.
primeiramente, ele queria que todos nós, gatos, esposa e filhas, fôssemos colocados no caminhão de mudança para sermos levados de volta a terrinha. felizmente, eu tenho mãe e ela disse que deveríamos, eu e irmã, ficar por aqui na capital.
os gatos serão divididos em duas partes desiguais, em primeiro lugar, porque é mais fácil sub-locar um apartamento com apenas um gato e, em segundo lugar, porque dividir três gatos em duas partes iguais seria desumano.
4.5.06
De volta pra casa

minha velha remington achada no lixo na porta da minha casa
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