30.6.10

Mau humorada, eu?!

no último sábado, fomos, xuxu e eu, assistir no teatro goiânia ouro "o pásssaro do bico de ferro". a encenação foi inspirada no livro de poesias homônimo de maria luísa ribeiro, numa mistura, inteligente por sinal, de estréia teatral e lançamento literário. a peça foi encenada por dois amigos meus e dirigido por um terceiro. havia também um outro ator em cena, mas este eu não conheço. 

deveria ter lido a sinopse antes, pois assim teria entendido (um pouquinho mais) a peça que foi toda encenada nos moldes do teatro tremelique (ou teatro físico para os etendidos do metiê), que eu, particularmente, não gosto. gostei do texto. penso em até comprar o livro e dá-lo de presente para o xuxu, pois não gosto de poesia, mas ele gosta. aliás, eu não gosto de muita coisa e esta é a questão a ser abordada neste post. observei minhas publicações neste blerg e, das oito últimas, sete (SETE!) eram para reclamar de alguma coisa ou de alguém. para você que ainda duvida do meu desgosto generalizado, eis a frase que mais gostei no "pássaro do bico de ferro":

"meu coração é um caldeirão amargo que cozinha pedras"
maria luísa ribeiro


a foto do gatinho é só para abrandar meu azedume.

nos últimos tempos, (quase) tudo me irrita. a pior das constatações é que essa irritação constante não se deve a uma tpm intermitente. eu tenho estado neste estado há tanto tempo, que acredito que o mau humor se tornou um traço da minha personalidade. acordo de mau humor e vou dormir com ele. até sorrio de mau humor só para azeitar relações interpessoais e não perder amigos, parentes, namorado, dignidade... não sei porque acontece, só sei que é assim e ponto! vou parar por aqui porque esse post está começando a me irritar.

26.6.10

E agora, Lady?


passei no concurso da agecom em terceiro lugar. antes que você me congratule pela bela posição alcançada, devo lembrar que, para o cargo ao qual concorria, haviam apenas nove inscritos. ainda há um revés: eu não preencho todos os requisitos exigidos pelo edital. não sou radialista com diploma universitário, sou publicitária com diploma universitário. porém, devido a uma brecha na lei, existe a possibilidade de eu ser efetivada na função de roteirista de intervalo comercial da agecom.

não quero encher sua cabeça com esses detalhes jurídicos, pois a minha já dói só de pensar neles. deixarei isso para minha mãe que é advogada e está muito interessada em que eu consiga esse emprego para que ela pare de sustentar uma filha artista/vagabunda.

então, eu estou feliz por ter passado no concurso. minha vaidade intelectual agradece (apesar de ter sido com tão pouca concorrência e em último lugar). mas estou triste porque a vaga não é minha ainda, pois existem esses perrenguem legais a serem superados. mas estou feliz por existir a possibilidade de eu trabalhar com publicidade para o resto da vida num cargo público. mas estou triste por existir a possibilidade de eu trabalhar com publicidade para o resto da vida num cargo público. pois é: é confuso, mas todos têm direito ao contraditório. talvez você me entenda melhor se ler algo que postei anteriormente a respeito de ser uma funcionária pública no post eu tinha um sonho.


23.6.10

Impotência

é duro ouvir de alguém que vc gosta: "oito pms me espancaram noite passada enquanto eu estava algemado na rua".

Eu ODEIO Copa do Mundo (2)

já disse isso antes por aqui e no orkut. dia 20, foi a vez de dizê-lo no jornal:

veja matéria no dm online

no domingo, me vi obrigada a participar de um churrasco com a tv ligada no quintal e sintonizada no jogo do brasil contra não sei quem. felizmente, não era a voz do galvão bueno que saía das caixinhas de som do aparelho. depois do jogo, fui com amigos vender cerveja no vaca brava que estava lotado de gente bêbada, babando verde-amarelo. meu amigo que estava com a camiseta da argentina teve medo de apanhar e achou melhor permanecer sem camisa. fiquei gritando "melhor do que 2x1 é cerveja a 2,50". só depois descobri que o placar era 3x1. em minha defesa, eu estava bêbada.

22.6.10

É Suindara e só

A/C
Fred Leão,
Yuri Lopes e
Marcellus Araújo

Dei uma entrevista para o DM Revista para a matéria "Manias que vêm do amor" de 12 de junho, que foi escrita pelo meu amigo jornalista Marcellus. Pedi para que meu nome fosse publicado como SUINDARA, sem sobrenome mesmo, pois sou atriz e este é meu nome artístico registrado no Sated GO (Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de Goiás). Publicaram meu nome seguido do sobrenome. Pensei se tratar apenas de um deslise e relevei.

Em outra entrevista para a matéria "Ódio pela copa" de 20 de junho, dada ao mesmo jornalista, pedi, mais uma vez, que meu nome fosse publicado como SUINDARA, a forma como sou conhecida no meio artístico goiano. Na ocasião da entrevista, Marcellus me avisou que não seria possível, pois os editores não aceitam pessoas sem sobrenome dando entrevista pro DM. Meu nome saiu errado de novo no seu jornal.

Hoje, conversei com a jornalista Lorena (para infelicidade de alguns, ela não me deu seu sobrenome e eu não achei importante perguntar) responsável pela sessão Roteiro do DM Revista e me preocupo como meu nome será publicado. Por isso, de hoje em diante, se for publicado algo sobre mim, peço aos editores do DM que permitam que o jornalista responsável publique meu nome na forma pela qual sou conhecida nos palcos e como está registrado no Sated: SUINDARA. Sem sobrenome. Somente. Só isso. Mais nada. Ah, e pode ser só com a primeira letra em maiúsculo (coloquei tudo em caixa alta só para dar ênfase).

Sei que não é o usual, que, na universidade, a gente aprende que se deve publicar sempre o nome e o sobrenome dos entrevistados, mas não se aprende tudo que se deve na faculdade. Por este e muitos outros motivos o STF derrubou a obrigatoriedade do diploma. Meu caso de nome sem sobrenome seria como o da Madonna, da Shakira, da Cher e, a não ser que "mãe de Jesus" seja um sobrenome, o de Maria também.

Desde já, agradeço.
Suindara (e só)

minha foto na carteirinha do Sated 
(é claro q só tem a minha cara na carteira - o resto foi censurado por mim mesma)

18.6.10

Caim e Abel (versão feminina)

sempre que minha mãe manda minha irmã fazer algo, esta última tenta me arrastar para o buraco com ela. isso realmente piora quando minha irmã está de mau humor. se minha mãe está fazendo doce no fogão e pede para minha irmã continuar mexendo a fervura enquanto atende um telefone, minha irmã me grita para que eu vá correndo abanar a cara dela para que seu o suor não pingue na panela. é irritante.

hoje minha mãe chamou minha irmã para ajudá-la a levar para seu novo lar um gato hóspede que estava aqui em casa. minha irmã estava de mau humor - uma constante no último mês. então ela me pediu que, não, na verdade, mandou eu levar umas coisas para o carro. como isso é irritante, fiquei de mau humor também. pois é, mau humor é contagiante. respondi que não dava porque operei meu pé e ele continua doendo para ficar andando para lá e para cá sem uma boa razão para isso. a irmã respondeu meio torto, respondi a altura e minha mãe entrou no meio me dizendo:

- a partir de agora, você responde apenas quando for chamada, ouviu?

não disse nada só para ser sarcástica.

17.6.10

Eu ODEIO Copa do Mundo

não gosto de futebol. se não morasse em um país que se fala tanto de futebol, essa modalidade esportiva me seria indiferente, mas eu moro no brasil e a invenção inglesa envolve muita gente, muito dinheiro, muita treta de torcida organizada e ascende muito jogador pobre. em épocas normais, esse tópico consome uma boa parte das conversinhas e dos noticiários, apesar de existirem programas jornalísticos dedicados exclusivamente a matérias esportivas (principalmente futebolísticas) e que geralmente passam logo após os noticiários. acho o jogo chato, a narração irritante, os comentários dos jogadores dispensáveis e as metáforas esportivas usadas no jornalismo tão sofríveis quanto pueris. a narração merece um pequeno parágrafo.

galvão bueno. a voz deste homem, assim como a voz do faustão e o funk carioca, estão no nível 11 na minha escala de 0 a 10 daquilo que me irrita. bem, na verdade, o faustão e o funk carioca estão no nível 10 mesmo - galvão me incomoda mais.


normalmente, não dou a mínima para esse esporte e, quando esse assunto surge numa conversinha ou na tv, começo a pensar em gatinhos e como eles são fofos. porém, a cada quatro anos, um tsunami verde-amarelo toma conta do país e leva todos os brasileiros, gostando ou não, num turbilhão de bandeiras nacionais mal-feitas, faltando estrela e com o ordem e progresso escrito em preto. tudo no país começa a girar em cima dessa maldita criação da fifa. é impossível viver no brasil sem ter uma enxurrada de informações inúteis sobre TODOS os detalhes da copa enfiados goela abaixo, vindos da tv, do rádio, da revista, da boca do vizinho. até os meus gatos começam a soltar gases fazendo som de vuvuzela - só não sei se este último é alucinação ou verdade.

- BRRRRRRRRRASIL, SIL, SIL!!!

decidi que, neste ano, durante os jogos da seleção, faria algo diferente de ficar xingando no quarto para tentar abafar o som dos foguetes e das tvs sintonizadas na voz do galvão bueno. peguei o carro da mamis, soquei o xuxu dentro e, com um casal de amigos, saímos pela cidade a procura de algo menos pseudo-nacionalista para se fazer. antes do jogo, foi aquele frenesi de gente, bicicleta, moto, carro, ônibus, canarinho correndo para chegar ao seu destino antes do hino nacional começar (que geralmente é cantado assim: ouviram do ipiranga às margens plácidas / blá bláá blá bláá blá-blá-bába retumbante). depois do início do jogo, ninguém nas ruas. apenas o som irritante das tvs sintonizadas na voz do galvão bueno ecoando.

will smith sem ter o que fazer em frente à pastelaria da 84, durante o primeiro jogo da seleção 
(note que o motorista daquele carro estacionou de qualquer jeito só para chegar antes do hino começar)

rodamos um pouco e acabamos na praça de alimentação do shopping bougainville não vendo o jogo, bebendo um chopp, comendo petiscos e ainda ouvindo o som irritante das tvs sintonizadas na voz do galvão bueno. nos enxemos daquilo tudo e saímos novamente pelas ruas de goiânia tentando fujir da copa do mundo. sem ter muito o que fazer, no finzinho do jogo paramos no habbib's da praça tamandaré para tomar um chopp e comer mais petiscos.
pensa que ficamos livres da voz do galvão bueno quando acabou a partida? NÃO! coladinha na transmissão ao vivo, começou aquela bobagem televisiva de comentários de especialistas, comentaristas, desportistas e outros istas com direito a show do latino comandando a torcida bêbada em sampa. na distribuidora de bebidas ao lado do habbib's, saltaram de três carros torcedores pririguetes que seguiram comemorando a vitória do brasil-sil-sil ao som de um funk carioca no talo e bundinhas abaixadas até o chão.

nos enxemos daquela bobagem e cada um seguiu frustrado para sua casa. chegando ao meu lar, meus vizinhos comemoravam a vitória do brasil-sil-sil ao som de briguinhas de família e duplas sertanejas melosas até quase a meia-noite. como diria o senhor omar de todo mundo odeia o chris: trágico, trágico!

will smith observando os vizinhos bêbados e se perguntando se aquilo nunca vai acabar

10.6.10

Bom dia?!

eu não acordo de bom humor. isto é um fato. não consigo me levantar pulando da cama e sair cantarolando para o banheiro para uma chuverada revigorante. independente do horário em que acordo, sempre saio da cama em marcha lenta, escorrendo em direção aos chinelos, esquentando as válvulas lentamente e dando inúmeras partidas nos neurônios até que eles finalmente resolvam pegar no tranco.


minha mãe e minha irmã acham que isto é um defeito grave. na opinião delas, devo me esforçar para mudar esse comportamento prejudicial a minha saúde mental. elas acham que acordar de mau humor é um sintoma da minha depressão e que forçar uma cara feliz e soltar um vigoroso "bom dia!" pela manhã ajuda na minha luta contra minha melancolia crônica. felizmente para mim e infelizmente para elas, acordar de cara feia não tem nada a ver com a depressão. como prova científica, tenho esta teoria do garfield:

"se as pessoas fossem feitas para saltar da cama, todos nós dormiríamos em torradeiras"

não sou como uma tia minha que acha que ouvir um "bom dia" ao acordar beira o insulto. mas não vou lutar contra minha natureza e distribuir sorrisos forçados pela manhã, ao mesmo tempo em que tento fazer meu cérebro funcionar. no máximo, posso responder um "bom dia por quê?".