11.2.10

ABRE ASPAS

estava eu, terça-feira, descendo, à pé, a rua 7 do centro de goiânia, sendo deprimida, pensando em suicidio e coisas afins. passei pela lotérica na qual aposto os mesmos seis números repetidamente, pois sou obssessiva e deprimida, mas ainda tenho esperanças altamente improváveis de se realizarem. me sentido mal depois de ler a faixa um sortudo ganhou nesta lotérica 422.458,22 na loto fácil, achando que foi um premio muito chinfrim pra se ganhar, tendo em vista os milhões cheios de zerinhos felizes que espero ganhar quando jogo na mega-sena. PONTO E VÍRGULA. quando atravessei por um daqueles esquemas antirroubo coreografados entre um carro-forte e o banco do brasil, no qual seguranças pançudinhos dançam olhando para os lados e não vendo ninguém, carregam escopetas e bomboleiam para lá e para cá com sacolas supostamente cheias de grana. ABRE PARÊNTESIS. pelo que sei, podem carregar até papel higiênica nessas bolsas. quem teria coragem de pedir a um dos pancinhas para dar uma olhada dentro delas. PONTO DE INTERROGAÇÃO. FECHA PARÊNTESIS. PONTO. logo que passei por eles pensei, pois sou deprimida, que eu seria realmente sortuda se houvesse um assalto naquele exato momento e eu fosse ferida mortalmente por uma bala perdida, ironicamente disparada pela escopeta de um dos dançarinos do carro-forte. continuei descendo a rua 7 e imaginando a cena. confusão, correria e eu, atordoada, deitada no chão, sangue jorrando de uma arteria avariada. pensei no que pensaria no momento de agonia e me lembrei daqueles filmes nos quais um moribumdo escreve, com seu próprio sangue algo no chão TRACINHO geralmente o nome do protagonista que não tem nada a ver com aquela morte. me perguntei, o que será que eu escreveria na derradeira hora. PONTO DE INTERROGAÇÃO. continuei andando e imaginando quais seriam minhas últimas palavras TRACINHO talvez algo que fosse transcrito em meu túmulo. não queria nada melo-amoroso ou depressivo ou ainda uma mensagem idiota-genérica do tipo aproveitem a vida, tolos inúteis. PONTO DE EXCLAMAÇÃO. então decidi que minhas famosas últimas palavras deveriam ser engraçadas, até um pouco sem sentido para instigar especulações inúteis sobre o que realmente eu quis dizer com aquilo. infelizmente o que pude inventar até agora foi um miauuurrr. 3 X PONTO DE EXCLAMAÇÃO. e isso não algo tão engraçado. por enquanto, aceito sugestões. PONTO FINAL.
FECHA ASPAS

5.2.10

ontem assisti uns pedaços de billy elliot na tv a cabo. me lembrei dos meus 12 anos quando fazia aula de balé e eu e apenas mais duas estudantes no brasil inteiro tiramos nota máxima num teste da Royal Academy of Dance de Londres. outra vida que não vivi. poderia ter ido pra Londres, poderia ter entrado na quasar, mas não o fiz.

um dia antes, fui a uma colação de grau na ufg. outra vida que não vivi. poderia ter saído da faculdade de publicidade e propaganda e entrado numa agencia grande, mas não o fiz.

nem quero falar de quando tinha 17 anos e fiz um ensaio fotográfico com o rogerio mesquita, na época, o bambambam da fotografia de moda em goiânia. ele me convidou pra fazer o ensaio e depois marcou uma entrevista com diretora de casting da maior agência de modelos da época. minha mãe me fez chegar atrasada, eu grilei, nunca mais fui atrás e ainda culpei minha mãe. em parte era culpa dela porque ela grilou deu fazer o ensaio sem falar com ela e ficou dizendo q eu tinha q ir atrás das fotos e pega-las de volta. a questão é q "eu não o fiz"!

é isso: sou uma mulher frustrada. atirem as pedras quando quiserem. como diria o rammstein, "feuer frei"!