30.9.09

Apelei no Orkut (de novo)

peguei o banquinho da minha sogra emprestado para usa-lo no show da banda do meu xuxu, durante uma performance minha. a mulher é baixinha e usa o móvel para alcançar os víveres e utensilios que ficam na parte mais alta do armario da cozinha. na passagem de som, a batera da banda me surrupiou o banquinho porque a bateria estava sem e eu usei uma cadeira que estava à mão. terminou o show do sangüínea (com trema e acento), e o banco da sogrinha teve que ficar no palco para que os outros bateristas pudessem tocar. pensei: ao fim dos shows, pego o banco de volta e o devolvo são e salvo à sogritta que me fez jurar que o devolveria são e salvo. enchi a cara de whisky, saí carregada do evento e esqueci o maldito banco.


desde segunda-feira, tenho colocado mensagens na comunidade do evento dirigidas aos organizadores para que entrassem em contato comigo e me orientassem no sentido de reaver o bem perdido. veja o que escrevi:

Banquinho da bateria
a bateria tava sem o banco e pegaram o banco da minha sogra q eu levei pra usar no show do sanguinea e eu esqueci de pegar devolta depois dos shows. ela tá fula pq é baixinha e usa o banquinho pra pegar coisas no armario da cozinha.
como posso pegar o banco de volta antes q ela me mate?



fui educada, fiz gracinha e não houve resposta. escrevi novamente:

:o
e o banquinho da bateria q é da minha sogra? como posso pega-lo de volta?



fenos secos voaram pela tela logo após essa fala. aí apelei:

Foi desonesto
é mta cara-de-pau alguém entrar sem pagar, justificando q a portaria tava uma bangunça, e ainda colocar a culpa na organização do evento.
pior q fala q saiu no lucro pq vendeu o ingresso lá fora e entrou de novo.
cadê a honestidade desse povo?! isso é similar ao roubo. assim o brasil não vai pra frente nem com o pré-sal.
qto ao meu banquinho usado na bateria, será q dá pra devolver?



como diria carrie bradshaw: i can't stop wonder: será que irei arrumar outra treta no orkut e ainda envolver o xuxu a a banda dele nessa merda por causa de um simples banquinho?!

29.9.09

O Requiem

"Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança." (Corintios 13-11)




bom, como ainda não me tornei um homem, acho que me continua sendo permitido fazer coisas de criança, como fingir que sou uma fada, encarnar dragões e me fantasiar de enfermeira.




sábado, a banda do meu xuxu (sangüínea - com trema e acento agudo) tocou num evento organizado por jogadores de um rpg. a temática era vampírica e fizeram um evento cheio de classe e elegância. confesso que tenho inveja do meu xuxu. a sua sorte é que, ao invés de tentar sabota-lo para ve-lo fracassar e, assim, aumentar artificialmente minha autoestima, tento me incluir nos projetos dele.

então, desta vez, o obriguei (ele pensa que foi apenas uma sugestão) a me incluir em sua apresentação musical sem cantar ou tocar um instrumento sequer. daí nasceu:

A ENFERMEIRA



criei um visual cênico, com hastes de hospital, jarros e tubos de sangue falso, além de máscaras que nada têm a ver com a gripe suina. durante o show do sangüínea, medi o pulso do baixista, segurei o guitarrista que desmaiava, ofereci vinho ao público e fiz um intervalo na plateia para fumar um cigarro porque ninguém é de ferro. houveram outras coisinhas, mas, na maior parte do tempo, fiquei num canto, sentada, fingindo que lia o anticristo do nietzsche.


ah, sim: no fim da festa, passei mal para caralho com três doses de whisky, pois não tinha comido nada depois das 3:00 da tarde daquele dia. saí carregada e esqueci de levar de volta o banquinho que minha sogra me emprestou para eu sentar no palco, durante o show. até agora não consegui reaver o bem perdido.

25.9.09

O Requiem



amanhã tem festinha de vampiros. como você pode ver, a bandinha do xuxu vai tocar primeiro. a gente (xuxu e moi) planejamos algum mise-en-scéne para o show. como a temática é vampiros, quem for doador de sangue paga meia e a banda se chama sangüínea (com trema e acento), a temática do show será... tcharam: sangue! muito criativo, não? não.

então chegue cedo porque eles serão os primeiros a tocar.
"não, eu não quero terminar com você. eu quero te matar."
lady sepulcro três dias antes de ficar menstruada

21.9.09

Feliz prima Vera

21 de setembro de 1979

nasceu, pesando dois quilos e duzentos gramas, a filha do irmão de minha mãe. a pequerrucha veio ao mundo pelas vias normais e vera foi o nome escolhido pelo pai. ah, prima vera! como era feliz aquela pobre diaba! eu tinha dois anos quando ela nasceu. mais tarde, pelo que me lembre, ria de tudo, mesmo estando sem um único dente naquela boca cheia de baba e papa. cresceu saudável e bela. aprendeu a andar e, por descuido da avó, morreu atropelada por um caminhão enquanto atravessava a rua em busca da mãe que estava na outra calçada. ah, infeliz prima vera!

enxugue suas lágrimas. nunca tive uma prima vera que morreu de forma trágica. este post existe unicamente para falar que eu odeio a primavera goiana e seu calor infernal.

para o diabo com a primavera!!!

18.9.09

Mate-me, por favor

começou o calor intenso e, com ele, o suor, seguido de alergia (coceira mesmo). sou alérgica a mim mesma. será que alguém já morreu de tanto se coçar? talvez alguém já se matou para escapar de uma coceira intensa.


pois é. decidi ir para são paulo fazer um curos de dublagem. o xuxu vai comigo para fazer um curso de cinema 3d. vou passar de seis meses a um ano dividindo tudo com ele: desde o quartinho da pensão até o miojo no jantar. já copmecei meu treinamento de culinária de guerrilha no larica total.

agora, com licença que eu tenho que ir ali estrangular um gato que não para de gritar no meu ouvido.

11.9.09

no msn

ele: você vai fazer o durso de dublagem em são paulo ou no rio?

eu: em são paulo. não quero morar num lugar beira-mar. eu odeio essa cultura praiana. no rio, se alguém for soltar um pum, tem que fazer isso com a bunda virada para praia só para sentir a maresia intimamente.

ele: você vai gostar de são paulo.

eu: muito asfalto, poluição...

ele: aqueles engarrafamentos interminaveis...

eu: e quando estivermos em sampa, no dia do meio-ambiente, a gente vai sair, fazer uma trilha asfaltada e depois dar dois passos na terra seca para plantar uma muda de árvore que vai morrer de sede mais tarde porque nenhum paulistano vai se lembrar de jogar água na coitada depois do dia do meio-ambiente.

ele: isso se ela não morrer numa enchente.

9.9.09

Just dance

um contito para las criancitas:

Merda! Olhei o relógio, mas não soube que horas eram. Meu relógio de pulso marcava 8:30 desde as 9:00 da noite anterior. Virei para o lado, no sofá, e meu namorado continuava dormindo. Não estava a fim de beber mais e só tinha dado um tiro naquela noite. Até tinha uma grana que roubei da carteira da bela adormecida para comprar mais pó, mas foi impossível encontrar um vendedor de sonhos numa madrugada de segunda de 7 de Setembro. E eu nem sabia que horas eram.

Tentei acordar o namorado sem sucesso. TÉDIO! Já tinha bebido o bastante, rebolado a bunda ao som de Marilyn Manson e Lady Gaga, pensado em suicídio e dispensado um chato que queria me comer a qualquer custo e apesar de minhas lágrimas. Encontrei uma bibliazinha e me ocupei de queimar algumas páginas do Apocalipse com um cigarro que acendi depois que o achei em cima do PC. Decidi analisar o lugar. Metade das pessoas tinha ido embora e a outra metade havia sumido.

Dois pares de sofá que não combinavam entre si e um tapete sujo faziam de parte do cômodo uma saleta de TV. Um computador ligado a um som alto passava o mesmo playlist pela terceira ou quarta vez. Um aquário vazio de dois metros e meio, sei lá, não sou boa para medir espaços ou tempo, ficava no chão sob uma bancada que separava o terço final da sala, onde ficava uma mesa grande com muitas cadeiras. O que se destacava naquela sala não era o tapete sujo ou um monte de quadros feios na parede, nem meu namorado que roncava belamente no sofá. Sobre a bancada, uma escultura pesada, do tamanho do meu braço, mostrava um casal, em posição de missionário, fazendo sexo num vermelho vigoroso e brilhante. Fiquei imaginando que tipo de gente, além de donos de bordéis e psicólogos, manteria uma escultura daquelas na sua sala de jantar.

Não pude continuar minhas reflexões porque um entra e sai de pessoas num quarto ao lado chamou minha atenção. “Devem estar cheirando lá dentro e não me chamaram.” Empurrei a porta emperrada e entrei sem convite ou licença. O quarto não estava completamente escuro e, aos poucos, entendi que havia muita gente sem roupa por ali e nenhum pó. Enquanto não decidia se ficava ou saía, fui gentilmente jogada na cama.

Dei de cara com um amigo do meu namorado. Fiquei tão feliz por ver um rosto conhecido que o segurei entre minhas mãos e beijei sua boca. Deitei ao lado de uma garota que estava só de calcinha e reclamava dos peitos de silicone de alguém que já havia deixado o quarto. Passei a mão gelada nos peitos naturais da menina deitada. Ela continuou falando mal da outra e milhares de mãos, vindas de não sei onde, tiraram minhas botas, minha calça, minha roupa. Restou uma meia no meu pé direito, mas ela foi logo arrancada: não houve tempo ou vontade para resistências.

Uma pessoa me beijou e eu retribuí. Não conseguia parar de pensar nas minhas pernas que não depilava há mais de um mês. Comecei a acariciar um cara que tinha piercing nos mamilos e um pau pequeno e mole. Finalmente me deitei de costas e deixei que outras milhares de mãos, bocas e línguas deslizassem pelo meu corpo a revelia. Senti um peso sobre mim, abri os olhos e distingui o rosto amigo ir e vir. Já quase não pensava sobre o estado hirsuto das minhas pernas ou da minha vulva.

Dirigi o olhar para o lado e vi a dona da casa sentada sobre o cara de pau mole. Como nenhum dos dois parecia disposto a usar o pequenino, iniciei um trabalho manual na anfitriã apreciadora de arte. Ela estava sem pelos e o acesso era fácil, mas eu não sabia exatamente o que fazer. Massageei o clitóris, depois enfiei um ou dois dedos, porém ela insistia em conversar com o gayzinho embaixo dela. Nunca tinha masturbado uma vagina que não fosse a minha. Desisti da empreitada e procurei um órgão genital que fosse mais fácil de manusear. Encontrei um pênis bastante grande se comparado ao tamanho do carinha (outro amigo do meu namorado).

Dispensei o cara em cima de mim e me virei de lado para sentir o gosto daquele cacete. Ao mesmo tempo resolveram sentir o gosto da minha chavasca. Virei a cabeça e vi parcialmente o rosto do rapaz que eu conhecia. Me pareceu prazeroso estar entre amigos. o primeiro me comeu mais um pouco até ser arrancado por outras pessoas de dentro de mim. Na cama, só restavam eu e o outro cara. O resto do pessoal empenhava-se em se distrair na escuridão do quarto. O pauzão se sentou na cama e eu me sentei nele até ele ficar mole.

Para mim, aquela obscenidade já deu o que tinha que dar. Procurei minhas roupas e encontrei minhas botas montaria. Coloquei o soutien, a calça e a blusa, mas a calcinha era impossível de se achar. Calcei uma das botas sem meia e, antes de sair daquela putaria, me passaram minha peça que faltava. Dei um longo beijo ao mesmo tempo nos meus dois novos amigos íntimos e saí com a calcinha na mão.

Wish I could shut my playboy mouth
How'd I turn my shirt inside out? (Inside out right)
Control your poison babe, roses have thorns they say*


O mesmo playlist rolava alto e o namorado continuava dormindo no sofá. Me sentei ao lado dele e tentei acordá-lo. Joguei a calcinha preta dentro da minha bolsa e fiquei imaginando se devia contar ou não o que eu havia feito naquela noite. Chequei o relógio mais uma vez. Merda! Ainda eram 8:30.



*(Queria conseguir fechar minha boca de playboy / Como eu virei minha blusa do avesso? / Controle seu veneno, querido, dizem que as rosas têm espinhos)



"ninguém quer ser gandula numa plataforma petrolífera."
lady sepulcro

1.9.09

eu: acabei de fazer uma prova na facu.
ele: mas você não trancou a matrícula?
eu: tranquei, mas era uma prova que estava faltando para completar o semestre passado.
ele: foi fácil?
eu: sim. fizeram perguntas do tipo: por que a internet e as novas tecnologias são importantes na construção da identidade?
ele: sei que a impressora e o corel draw são importantes para a contrução da identidade falsa, mas a internet eu não sei o que tem a ver...