29.11.06

Gaia - projeto de colonização

Argumento para curta de animação

Argumento original: Januário Leal e Lady Sepulcro

Texto: Lady Sepulcro

Em um lugar ainda desconhecido pelos homens, sobre o qual tem-se muito a aprender, figuram dois seres estranhos à raça humana. Todas as formas de vida do universo se originaram dali e pelas mãos dessas entidades extraterrestres. Mãos estas que, em um certo momento da história, lançaram um meteorito com aminoácidos essenciais à formação de toda a vida aqui existente, adaptadas ao caráter específico deste planeta. Este planeta, o terceiro a partir da Estrela Central; esta enorme bola recoberta de água, rochas e solo e circundada pelo ar, chamada de Terra por seus habitantes mais desenvolvidos e Gaia por seus estranhos guardiões.

Gaia também é um ser vivo, um organismo complexo que requer cuidados especiais, pois de seu bom funcionamento depende um número infinito de outras vidas.

Apesar da harmonia ter imperado nos primeiros 4,48 bilhões de anos de existência terrestre, nos últimos 25 mil anos esta harmonia vem sendo abalada. Além disso, a destruição tem se agravado tanto neste último século que os guardiões decidiram que é necessária outra intervenção, porém de caráter radical e odioso.

Novamente acontece o indesejado. Mais uma vez, a espécie favorita dos Criadores, a qual foi mais amada e assistida e que recebeu a dádiva máxima de todos os seres, a inteligência, falha. Durante inúmeras experiências, em inúmeros planetas, os Criadores tentaram a colonização através dessa espécie. Porém, apesar do aperfeiçoamento feito, experiência após experiência, esta forma de vida dita inteligente sempre acaba exterminando-se ao destruir completamente o ecossistema em que vive. Mais uma vez a decepção para os guardiões, que depositaram nesta derradeira experiência grandes esperanças de sucesso. Esperanças alimentadas por civilizações altamente harmônicas em relação ao seu meio, como as antigas tribos da América, os Maias, Incas, Astecas... Mas não foi possível estancar toda ganância inerente à espécie. Incrivelmente esta característica parece estar intrinsecamente ligada aos genes responsáveis pela inteligência.

Gaia está doente, ela foi infectada pela pior das pestes, a peste que tem como agente causador o Homo sapiens. O estado terminal de Gaia pede por ações imediatas, não há tempo para hesitações. Cada segundo em que a espécie humana permanece viva significa mais um passo dado em direção ao colapso do bioma. Os guardiões decidem finalmente exterminar a Homo sapiens. Essa espécie virulenta que não atingiu o seu objetivo: o de viver harmoniosamente sem abalar profundamente a homeostase do planeta.

O processo de extermíneo é inicializado. Após todos os procedimentos primários feitos, o único procedimento restante para exterminar definitivamente a humanidade é apertar um simples botão e então o processo de assepsia biológica será iniciado. Antes de apertar o indesejado botão, os Criadores sintonizam seus monitores em sua indefesa Gaia.

Encarando a tela, uma mistura de horror e culpa os invade. Sozinhos, os homens já haviam desencadeado um diferente processo de extermínio. A III Guerra Mundial chega, então, ao seu fim com milhares de explosões em forma de cogumelos, que cobrem a superfície da Terra com ondas de calor e provocam um espetáculo de proporções dantescas. Não há mais nada que se possa fazer. Nenhum ecossistema resta sobre aquela superfície agonizante, apenas vidas que não resistirão por muito tempo. Os Criadores, atônitos, fitam os monitores que tiveram o sinal interrompido. Naquela sala, permanecem apenas o criador, a lembrança de sua criatura e a eterna angústia da criação.

Um comentário:

Anônimo disse...

e agora com vcs, mais um vencedor do FICA