19.8.10

Odeio performances (apesar de fazê-las)

continuando a saga: "revirada cultural, é sério mesmo ou é poesia para boi dormir?", marquei na agenda uma performance:




17h30 – Esquina Revirada - Solos de Baco – Performance Teatral na Av. Goiás c/ Rua 2 - Centro

cheguei atrasada porque fui consertar meu relogio de pulso para não chegar mais atrasada aos meu compromissos. sentei-me em um banco do canteiro central da avenida goiás 17:45. em uma árvore, um tecido vermelho pendia se arrastando pelo chão sujo de poeira. fiquei sapeando o movimento de um povo esquisito do outro lado a rua que carregava uns regadores grandes e os espalhava pelo canteiro onde eu estava. 


lá pelas 18:10, uma garota escalou o tecido, se fechou em um casulo e ficou por ali muito tempo. enquanto isso, do outro lado da rua, outra garota começou a gritar algo que foi abafado pelo trânsito, jogando balões cheios d'água em uma parede. se passaram alguns minutos até que o carinha com uma camiseta da revirada cultural escrito "produção" entregou à gritadora um megafone. o trânsito continou a abafar o que ela gritava. sei que ela repetia o mesmo texto, pois consegui entender algumas palavras que ela sempre gritava como: "colírio colorido", "caos da massa" e "atolada" ou algo assim.


o resto da trupe corria para baixo e para cima com os regadores cheios de água, regando os canteiros, eles mesmos ou regando uns os outros. como estavam todos tão dispersos, quem passava por ali não podia entender que o que eles faziam era arte. eu, que fui lá só para vê-los, não entendi o que eles queriam dizer, se é que queriam dizer alguma coisa. 


fiquei atenta aos comentarios dos transeuntes e ouvi coisas interessantes. uma senhora de cabelos grisalhos apontou para a garota que fazia acrobacias no tecido e disse que ela parecia uma borboleta saindo de um casulo (dã!). outro garoto que descia a avena goiás acompanhado por duas meninas disse que não acreditava estar vendo malabares em pleno centro de goiânia. já uma mulher que se sentou ao meu lado apontou para a garota dos balões de água e disse que aquela ali era doidinha mesmo.


a conclusão que tirei dessa aventura é que uma performance de rua tem que ser bem planejada e executada para dar certo. é preciso um bom sistema de som que pode ser gravado ou ao vivo, contando que seja ouvido. restringir o espaço de atuação também é importante, senão parece que soltaram uns loucos por ali e esqueceram de recolher. cenas curtas e repetidas são necessarias, pois o público geralmente não para o que está fazendo para ver uma bobagem dessas. ah, sim: UMA MENSAGEM a ser passada é impressindivel. senão vira um monte de bobo agredindo paredes e gritando para os carros.

p.s.: ganhei esse origame aí na foto de um dos regadores.

p.s.2: as fotos foram tiradas com meu celular. ainda tenho que comprar uma câmera pelo menos razoavel para tirar fotos e publicá-las por aqui. estas estão sofriveis.

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