Era uma vez, há muito tempo atrás, um patinho que morava em uma fazenda bem longe da cidade. Mas ele não era como seus irmãos e irmãs e, por isso, ninguém queria ficar com ele. As outras mães-patas faziam comentários maldosos a seu respeito e proibiam seus filhos de brincar com ele. Apesar de viver infeliz e abandonado, sua mãe ainda o via como os outros patinhos.
Ela não conseguia aceitar o fato de ele ser gay.
O triste patinho já não se importava tanto em ficar sozinho. Até dizia para si mesmo que gostava assim. E todo o dia era do mesmo jeito: quando ele chegava com a sua Barbie para brincar, os outros patinhos iam embora. Quando ele tentava conversar sobre os testes da Capricho, eles lhe davam as costas. E mesmo à hora do banho, quando ele vinha todo alegre com sua touca rosa fosforescente, eles o deixavam só - não queriam correr o risco de o sabonete cair.
Passou–se algum tempo e o patinho continuou a brincar sozinho. Até que um dia, ao brincar à beira do lago, ele viu algo fantástico. Ele era grande, era lindo, ele era um cisne multicolorido! Sem demora, o patinho foi correndo, digo, nadando até aquele cisne mágico e, ainda muito espantado, disse:
- Nossa! Como o senhor é bonito! O que é você?
- Eu sou uma drag queen – respondeu o cisne – meu nome é Patolina dos patins.
- Como eu gostaria de ser igual ao senhor...
- Mas você pode ser como eu.
- Posso?!
- É claro que pode! Venha comigo.
E o cisne encantado levou o patinho para a sua casa. Lá começou a ensinar tudo o que sabia ao pequenino enquanto que o patinho dava tudo de si ao grande mestre.
Estes ensinamentos duraram semanas até que o patinho fosse considerado pronto. Mas, depois disso, o patinho já não era mais o mesmo. Ele estava muito diferente. Ele tinha se transformado em um cisne encantado e descoberto que havia muitos como ele em uma terra também encantada. E o patinho, não mais feio, mudou-se para lá e foi feliz para sempre em são Francisco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário