27.9.10

Minha caneta não é um cetro

as grades curriculares das universidades de jornalismo dizem que ensinam ética aos futuros profissionais. aliás, um dos argumentos dos jornalistas graduados em favor da exigência do diploma para exercício da profissão é que, segundo eles, a ética jornalística só poderia ser aprendida nas faculdades. quanta bobagem! os professores podem até tentar ensinar, mas, daí, os alunos aprenderem e aplicarem é outra coisa.

não sou jornalista diplomada. sou formada em comunicação social, mas sou habilitada em publicidade e propaganda. fiz o curso de jornalismo até o quarto semestre e deixei o resto para depois. apesar de não ter diploma de jornalista, sou contratada por um jornal para escrever matérias jornalísticas de segunda à sexta. na minha opinião, não ter diploma não me faz uma profissional ruim e nem ter diploma faz alguém um bom profissional. acredito ser uma pessoa ética. também acredito que, se alguém não tem os princípios da ética incubados em seu ser ao entrar na faculdade, a partir dos 18 anos, pode até aprender o que ser ético significa, mas, dificilmente, a aplicará esse aprendizado em sua vida pessoal e profissional.

pois bem. acho que fui anti-ética ao publicar a útima matéria de uma trilogia sobre o vinil. conversei com outros jornalistas e eles me disseram que eu agi conforme as regras éticas da profissão, mas eu discordo deles.

no decorrer da confecção das minhas reportagens que durou uma semana, escrevi um e-mail-entrevista para a monstro discos. escrevi uma vez, telefonei. escrevi outra vez e telefonei de novo. escrevi uma terceira vez e não recebi resposta. finalizei a ´última matéria sem falar nada sobre os vinis da monstro discos. eu acho que agi de forma errada. e daí se eles não me responderam? mencionei o thomas edson na reportagem e ele não me mandou nem um recado. falei sobre a fábrica da polysom sem receber ao menos um telegrama animado. mesmo assim, porque ele e ela eram importantes para a história do vinil, eu escrevi sobre eles. por que com a monstro foi diferente?

a razão é que me senti desprezada e, como vingancinha, no alto do meu trono, no meu cubículo, decidi excluir a monstro discos de uma matéria apesar de saber da importância do selo para a história goiana do vinil. só porque não responderam meu e-mail. fui um reizinho com um cetro de plástico. o pior é que, quem conhece a monstro e lê minha reportagem deve pensar: "que repórter idiota. será que ela não sabe a importância que a monstro tem nessa história toda?" e, para piorar tudo, a monstro respondeu meu e-mail depois de a matéria ter ficado pronta e eu a ter repassado para meu editor. respondeu depois do prazo que eu lhes tinha dado, mas respondeu.

prometo não fazer mais vingancinhas no futuro apesar de essa ser uma prática apoiada por jornalistas formados ou não.

5 comentários:

Anônimo disse...

Dead line darling, vc deixou claro no e-mail o seu dead line?
Essas empresas com processos de comunicação meio "artesanais" e desprovidos de ascom desconhecem completamente o processo de se fazer um jornal diário. Então vc deve frisar o seu dead line. Se não responderem, fuck that.

Anônimo disse...

nossa, dá pra escrever um tratado sobre o assunto... ahaha.

certa vez, fiz uma matéria falando sobre ética e moral. moral é aquilo que vc aprende, vem da educação, família, etc... e principalmente, do seu próprio jeito de ser. ética é uma coisa com regras mesmo, explícitas para quem quiser conhecer. por isso existe ética médica, jornalística, etc. coisa de profissão.

ponto.

agora, entendo que vc se sinta mal por ter agido, na sua cabeça, como vingança. mas vendo de longe (e tentando ser imparcial), o fato é que a monstro seria um dos lados da matéria que deveria mesmo ser ouvida. é a empresa goiana para ilustrar o seu texto. e não te respondeu. ou melhor, respondeu fora do prazo. dava para ter citado, mas mesmo assim não daria a importância devida a ela no texto...

quanto a isso, não acho que agiu de forma errada. mas não dava para ter pedido pro editor encaixá-la depois, no texto?

se não... é só responder mesmo dizendo que "que foda", não deu tempo. a real.

sobre o thomas edison, já virou personagem histórico. a polysom, acho que vc deveria ter ouvido (ela não reabriu as portas?). enfim, vivendo e aprendendo...

ufa.

Lady Sepulcro disse...

ah! esqueci de falar que estudei ética na faculdade de publicidade

Anônimo disse...

e eu esqueci de falar que fiquei de prova final em ética na faculdade...

Lady Sepulcro disse...

o wagner moura não poderá me dar uma entrevista nesta semana. devo não mencioná-lo na matéria q farei sobre o filme tropa de elite 2?