apresentamos as trinta e duas bandas mais o velhas virgens e o lobão. foram "trinta e quatro bandas de goiânia, do interior de goiás, de onze estados brasileiros e uma da argentina"! falei este texto tantas vezes que acho que só me esquecerei dele na véspera de natal. o nosso camarim foi improvisado atrás do palco e ao lado do camarim de verdade alugado para uso exclusivo das grandes atrações. se eu quisesse ir ao banheiro, tinha que ir ao banheiro que todo mundo usava. nada contra usar o que é coletivo. o problema foi enfrentar uma fila gigantesca sabendo que a qualquer momento eu poderia ser chamada para o palco.
vitor cadillac fazendo pose com meu tule na porta do camarim que não era meu
trocar de roupa na frente de todo mundo foi um pouco constrangedor e eu fiz isso inúmeras vezes durante os shows. mas o bom ator é mestre na arte de fingir, então, fingi que não tinha vergonha e troquei de figurino com todo mundo olhando. ah, sim: o meu figurino. não sabia o que usar, portanto usei quase nada para cobrir as pernas: apenas meia arrastão preta e rasgada na sexta e branca inteirinha no sábado. na verdade cobri tão mal as pernas que parte de bunda ficou meio descoberta também e, durante as apresentações, eu lutava com meus nano-shorts (preto na sexta e branco no sábado) para mantê-la dentro dos panos.
tive um torcicolo no pescoço e uma câimbra na bunda fazendo essa pose com o mullins para o alessandro ferro tirar a foto
tudo correu relativamente bem durante o primeiro dia. o único problema que tivemos foi com o lobão. o festival tinha dois palcos, um ao lado do outro. enquanto uma banda apresentava-se no palco um, a outra passava o som no palco dois. assim que acabava o show da primeira banda, fechava-se as cortinas do palco um e abria-se a do palco dois. mullins e eu já estávamos no palco com microfone na mão, apresentávamos a banda seguinte e saíamos do palco dois. depois, vice-versa. todos os shows foram assim, mas na hora da atração principal se apresentar, houve um hiato de uns quinze minutos.
ainda sentia dor fazendo a segunda pose
isso aconteceu porque o lobão só saiu do camarim especial depois que a penúltima banda tocou e depois que a banda dele passou o som. ainda por cima, a produção do bichão queria que anunciassemos "o cara" no palco dois que estava va-zi-o, es-cu-ro e sem pla-téi-a! o mullins deu piti e eu o acompanhei. dissemos que não iríamos apresentar daquele jeito, houve uma confusão de alguns segundos e a produção do lobão pediu que anunciássemos "o cara" no mesmo palco. anunciamos o homem sem mais delongas, ele começou a tocar sem ao menos soltar um "boa-noite" e foi embora depois do show sem dar uma entrevista para os jornalistas que o aguardavam há horas na saída. o destaque era para mim, claro que estava vestida de chapeuzinho vermelho modernex e para o mullins que vestia regata, bermuda, coturnos e tule pretos.
cheguei em casa por volta dàs 4:30 da manhã.
o jornalista marcellus araújo (de branco) ficou até às 5:30 esperando o lobão dar uma entrevista e não ganhou nem tchau do bichão
sábado, dia de labuta, toquei para a feira da estação para apresentar, ao lado de cristiano mullins, o segundo e último dia do festival vaca amarela. começamos meio mornos e sonolentos, mas nos recuperamos no decorrer dos shows. não mencionei antes, mas o meu camarim aberto ficava entre o palco dos shows à frente e uma pista de skate atrás. e nessa pista rolava discotecagem. e a discotecagem rolava alto. portanto, a gente ficava no cruzamento de dois sons altos das 10:00 da noite até às 4:00 da manhã. lá pela meia-noite eu já estava ficando meio lelé.
olhando essa foto vejo que preciso melhorar minha postura
vi muita gente no orkut reclamando que o som dos palcos estava alto no segundo dia e muita gente dizendo que estava normal. a banda mugo disse na comunidade goiânia rock city que o som do palco estava "lindo, cara", mas não estava não. estava muito mais alto do que nos outros shows. acho que o pessoal da banda estourou os ouvidos nos estúdios aumentando o volume das cordas e dos vocais para acompanhar a marretada da bateria, ficaram meio surdos e por isso acharam que tava tudo "lindo, cara". a partir do nitrominds, passando por claustrofobia e chegando ao mugo, o volume estava no máximo. eu faço coro com os outros reclamões: faltou um lugar com o som mais baixo para esfriar a cabeça e aguentar mais tempo no festival. tirando isso, tava lindo, cara!
chapeuzinho que fiz para me apresentar. acho que vou patentear e vender no festival do ano que vem. vou ganhar horrores!!!
p.s. uma anedota: a vocalista do velhas virgens pediu a alguém que arrumasse dois grampos. minutos depois, chegou às mãos dela dois gramas. isso que é eficiência, viu?
4 comentários:
concordo!acho que um lugar pra esfriar a cabeça sem a barulheira é fundamental, fora isso a lady tava arrazando.
=)
ahahaha... adorei o texto! tem que escrever as matérias do DM assim!
quem me dera, nina...
excelente texto, você escreve muito bem menina. parabens.
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