16.4.09

Sobre crianças e supermercados

muita gente não gosta de gatos e eu não as repreendo por isso. muita gente não gosta de gatos e costumam gritar, gesticular para espantar os infelizes felinos que ousam cruzar seus caminhos. alguns outros - que não são poucos - costumam até chutar ou queimar gatos. além disso, essas pessoas que não gostam de gatos e os maltratam adoram me contar em detalhes as atrocidades que já fizeram os pobres bichanos passarem quando eu digo que adoro e crio gatos. tudo isso, eu acho deplorável.
eu não gosto de crianças e muita gente me repreende por isso. no entanto, eu não fico gritando, gesticulando ao ver um feliz infante por perto. confesso que já chutei uma ou outra criança que atravessou meu caminho, mas juro que foi por acidente. até hoje, não queimei ninguém menor ou maior de 12 anos por querer.
pela lei brasileira, não se pode maltratar gatos ou crianças, mas é culturalmente aceitável que pessoas que não gostam de gatos agridam e matem esses adoráveis seres vivos. note que me refiro como adoráveis aos gatos e não às crianças. crianças deveriam ser proibidas por lei de frequentarem supermercados com coleira e guia ou sem.

semana passada fui ao wall mart comprar xampu, condicionador, desodorante, gillete e iogurte light. peguei um carrinho daqueles pequenos e charmosos de dois andares. paguei com meu cartão de crédito e me dirigi à esteira rolante que trava as rodas do carrinho para ele não escorregar enquanto não andamos por ela. atrapalhando a passagem das pessoas, estava uma criança desacompanhada, brincando de passar as mãos pelo corrimão da esteira.
olhei para aquela situação e, imediatamente, meu mau-humôrmetro graduou nas alturas. não chutei a criança, apesar de querê-lo. em frações de segundos, controlei meus impulsos básicos de auto-proteção e pensei comigo mesma "é só um menino, basta chegar um pouquinho para a esquerda que eu nem encosto nele - ele não poderá me incomodar". engatei o carrinho na esteira rolante e manti o garoto no meu campo de visão, sem olhá-lo diretamente. menos de dois segundos depois, vi o desgraçadinho se abaixar e pressionar, com seu delicado indicador, o botão vermelho de emergência que para a esteira. tudo isso em câmera lenta.
não houve como impedí-lo. aquela coisinha nada fofa fez meu mau-humôrmetro atingir 373 graus kelvin instantaneamente. gritei com o menino, falei para todo mundo ouvir que tinha vontade de espancá-lo e brutalizei meu pobre carrinho de compras. por fim, levantei o carrinho do chão, o carreguei para fora da esteira e me dirigi à rampa de acesso ao estacionamento, xingando a criança que continuava sozinha no supermercado.

fiquei duplamente com raiva. primeiro, porque crianças sempre incomodam, principalmente se estiverem sozinhas ou se tiverem pais permissivos e, segundo, porque disperdicei minhas escassas gotas de auto-controle e minha fé em uma sociedade mais cordial por uma pessoa que agiu exatamente como eu sabia que ela iria agir.

ai, que raiva!

6 comentários:

Carina Dourado disse...

eu vivo falando isso... qnd entro em onibus ou aviao para viajar e vejo que tem criança, sinto calafrios!

p.s.: recebi seu presente! aaaaamei!!!

Marcellus Araújo disse...

crianças sao crianças, gatos sao gatos, Suindaras sao Suindaras.
Umas coisas de misturam, outras nao.

Domingos de Souza Nogueira Neto disse...

Pois eu já gosto muito de crianças: fritas; os velhos preparo mais cozidos por causa da dureza das carnes. Beijos. Domingos.

Morena Coelho disse...

dizem que agua e oleo nao se mistura. mas se colocar sabao, se misturam. Ja Suindara e criancas, nunca se misturarao, nem se colocar sabao...

Frederico disse...

Adoro crianças... E pouco de gatos.

Anônimo disse...

Nota-se que vc não tem filhos..., de certo existem crianças que são sem educação, mas a culpa não é do pobre rebento, e sim de quem colocou-os no mundo. Agora, faça-me o favor..., não generalize, essa fase d criança, quando bem acompanhada, é certo que passa. Agora não culpe nunca uma criança por ser mal educada, tanto quanto os animais, elas são condicionadas! Atrás de uma ação ruim de uma criança, existe uma dúzia de ações ruins de seus pais