27.2.08

às vezes, minha tristeza é tão grande que não cabe em mim. não apenas eu, mas toda a humanidade é desgraçada. aliás, não só a humanidade, mas o mundo todo fica despido de qualquer traço de felicidade.

a criança, no colo do pai, chora inconsolável por não poder comer todos os doces da vitrine. o mendigo dorme com medo de ser morto durante a noite. até os gatos do telhado sofrem com a fome, enquanto os gatos do apartamento imploram para passear por dois minutos pelo corredor.

se eu estou triste e você não, é porque ainda não viu as coisas como realmente são. a felicidade é um placebo que digerimos sabendo exatamente o que é. pílulas de farinha que alimentam nossa auto-ilusão. momentos de fato felizes, raros, são paliativos forjados, sucedâneos de paixão, alegria e graça.

não consegui completar o semestre na faculdade? tudo bem. pelo menos, neste período, não tenho aulas todos os dias. se não tenho aula na quarta e sim na sexta, é melhor. posso ir ao cinema em um dia mais barato. pois não? ah, tá. agora o horário mudou e eu tenho as sextas livres. ok. assim eu... gasp! desculpe, me engasguei com a cápsula. prometo que engulo em dobro a próxima dose.



3 comentários:

Carina Dourado disse...

você já sabe. se eu estivesse aí, era azeitona + lolo + dor no estômago e vontade de vomitar. tudo para esquecer a tristeza um pouco. e rir das desgraças (melhor ainda se forem as alheias).

Frederico disse...

Eu sempre digo, a vida � uma guerra, a guerra est� em tudo, o mundo � uma guerra subtende-se uma desgra�a!!

Por�m fa�a a guerra por uma causa e justa se poss�vel.

Frater Baphomet disse...

o desejo é a fonte do sofrimento... se o que você realmente quer é sofrer, então já não precisa desejar nada.