muitas vezes sinto vontade de escrever por aqui, mas sempre tem umas mãos, uns braços que me seguram lá embaixo. é difícil me livrar deles. são tão confortáveis apesar de meio frios e descarnados. me acariciam e pedem para me acalmar, deixar como está. e assim eu fico: como estou. não me movo, deixo estar.
às vezes, me livro deles, mas logo volto. eles me deixam ir trabalhar no dm - o que é muito bom, mesmo sem receber todo mês. me sinto útil. então, de segunda a sábado, escorro para fora dos braços. muita vez, uma mão me segura. daí, solto dedo por dedo e saio de fininho para que eles não notem minha ausência. vou trabalhar e volto correndo pros meus braços confortáveis, azuis, fresquinhos. tem dia que não é domingo, mas os braços me seguram com tanto amor que eu tenho que ficar entre eles. em dia de semana! então não vou trabalhar. ligo e minto que estou doente, não posso ir. até finjo que é ressaca, para que ninguém no trabalho saiba sobre meus braços. amáveis, macios, eternamente serenos.
são os meus braços que me impedem de vir aqui escrever. matar o desejo de discorrer sobre tudo e sobre nada. detalhes que cativam meu olho e fazem ninho na minha mente. mas meus braços são tão... tão... ah! não sei mais o que são. as mãos estão aqui, de novo, desfazendo os ninhos da minha cabeça. me acariciando, me chamando. desculpa. é tão bom. essa mão no meu pescoço. fresquinha, fria. tenho que ir. o ninho se desfez. é hora de dormir.
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