notou que eu posto por aqui coisas que tenho feito na facu? então vai mais uma crônica:

Neste lote, não há muro, pois usamos o dinheiro do muro para fazer o inventário do meu pai, não do meu avô, pai de meu pai. O pai da minha mãe, meu outro avô, já morreu também, teve seu inventário feito, mas não tem nada a ver com essa história. Pois é. Estávamos em nosso apartamento que é alugado, aqui em Goiânia, quando o telefone tocou e trouxe a notícia de que um sem-teto havia invadido nosso lote que fica em Bela Vista de Goiás. Minha mãe ficou irada no sentido denotativo da palavra. Ela é advogada e sabe o quanto é difícil despejar alguém que se aboletou em propriedade alheia. Alguns dias depois, um pouco mais calma, mas ainda bufando de raiva, minha mãe zarpou para Bela Vista e só freou o carro quando chegou ao lote em questão.
Munida de dois gajos co-sangüíneos, meus primos, minha mãe entrou no lote pronta para comer o fígado, metaforicamente falando, do facínora invasor de lote dos outros. Em sua mente, mamãe me contou mais tarde, pupulavam bandeiras vermelhas, foices e facões, em suma, uma horda de sem-terra que estariam menos preocupados com a posse da propriedade em si do que com ações políticas de esquerda.
Pobre progenitora minha! Ao ver as roupinhas do miserável e a pequenina plantação de milho quase pronta para colher, minha mãe debulhou-se em lágrimas. Mas não teve jeito. A parentaiada juntou as trouxas do pobre coitado, acabou com a pequena plantação e passou o problema adiante. Fazer o quê? Não é para resolver esses inconvenientes que pagamos um absurdo em impostos? Ouvi dizer que o cheque-moradia do governo do Estado de Goiás serve para isso. Ou estou enganada?

Um comentário:
nossa... tiraram ele de lá?!?? malvadas! ahahhaah...
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